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Esqueletos empatam obras

Esqueletos empatam obras

Arqueólogos pensam tratar-se de uma necrópole

No terreno em frente ao cemitério de Santa Maria dos Olivais, em Tomar, uma equipa de arqueólogos descobriu o que pensa ser uma antiga necrópole.

No terreno onde será construído o novo edifício do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) de Tomar foram encontrados 17 esqueletos humanos em apenas uma semana. Os arqueólogos pensam ter encontrado uma antiga necrópole, espaço subterrâneo onde certos povos da antiguidade depositavam os mortos. As escavações irão continuar pelo menos por mais um mês. Para descontentamento do empreiteiro da obra.A construção do novo edifício do IEFP de Tomar, na margem esquerda do rio Nabão e em frente ao cemitério de Santa Maria dos Olivais, está suspensa desde 5 de Setembro, após ter sido descoberto um esqueleto humano. Mas só na quarta-feira, dia 29 de Outubro, é que uma equipa de arqueólogos de Ourém começou a trabalhar no local.Em apenas uma semana de trabalho já foram encontrados pela equipa da Edistreito mais 17 esqueletos, alguns dos quais incompletos. Inês Santos, arqueóloga responsável pela escavação, perspectiva que se esteja perante uma antiga necrópole, um espaço subterrâneo onde certos povos da Antiguidade depositavam os seus mortos.Para a responsável pela escavação, é todavia ainda difícil aventar qualquer periodização. “Ainda só agora começamos o trabalho de campo, que irá durar pelo menos um mês, e não fizemos ainda qualquer análise aos achados”.Quem não parece nada interessado nesses achados é a empresa Fragoso e Filhos, que já deveria ter a obra quase a meio. Pedro Fragoso afirmou ao nosso jornal não pôr as escavações em causa mas sim o desrespeito que o IPA (Instituto Português de Arqueologia) tem para com os construtores. “Chega-se aqui e pronto! Manda-se parar a obra e tem de ser logo”, diz o empreiteiro.Dizer a Pedro Fragoso que se encontraram 17 esqueletos naquele local é quase a mesma coisa que se afirmar ter encontrado outra coisa qualquer. “Não acho jeito nenhum aquilo, mas respeito quem está lá a trabalhar porque, ao contrário de mim, devem perceber de ossos”.A construção do edifício do IEFP de Tomar iniciou-se a meados de Agosto mas o empreiteiro foi obrigado a parar pelo IPA, já que os responsáveis do instituto queixaram-se na altura que a construtora não os deixava escavar convenientemente. “Dava-nos dez minutos para escavarmos um local e iam logo a seguir com as máquinas”.A 5 de Setembro a obra foi suspensa pelo IEFP, de modo a que as escavações arqueológicas pudessem ser feitas em segurança. Segundo os prazos estipulados, o empreiteiro regressaria ao trabalho na passada quarta-feira, dia 5. O que não aconteceu.As escavações já deveriam estar concluídas mas a primeira equipa de arqueólogos, de Alcanena, acabou por não fazer o trabalho de campo e só há uma semana foi contratada a Edistreito para continuar os trabalhos.Pedro Fragoso diz estar a ser prejudicado por não estar em obra, tendo de andar a distribuir os homens por outras empreitadas. “A obra já deveria ir no terceiro mês e afinal só lá trabalhamos 15 dias, o tempo de fazer o estaleiro e vedar o espaço”, diz.Uma coisa é certa. A obra, com um prazo de construção de dez meses, não irá ficar pronta em Junho, tal como o inicialmente previsto. Mas também ninguém previa que esqueletos humanos aparecessem ali como cogumelos...Margarida Cabeleira
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