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A envelhecer e com reformas vergonhosas

Conferência sobre as mutações sociais em Portugal
Há cada vez mais idosos em Portugal mas a longevidade é uma conquista da humanidade. Foi esta a mensagem deixada pela professora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Ana Fernandes, na conferência intitulada “Mutações sociais contemporâneas e política social”, realizada na passada sexta-feira, dia 7 de Novembro, na Escola Superior de Gestão de Santarém (ESGS). A Secretária de Estado da Segurança Social, Isabel Caeiro, também presente na sessão, alertou para a necessidade de se gerir melhor os recursos da economia social.Em Portugal, existem quatro activos por cada idoso, e a proporção de pessoas com mais de 65 anos (16,44 por cento) já é mais elevada que a percentagem de jovens (16,03 por cento). Segundo revelou Ana Fernandes, o envelhecimento demográfico em Portugal evoluiu drasticamente nos últimos anos, se bem que ainda não atinja os níveis de países como Itália e Espanha onde, por exemplo, a esperança média de vida das mulheres já supera em muito os 80 anos de idade. Os dados foram analisados após a sessão solene do curso de Pós-Graduação em Gestão de Organizações de Economia Social e perante uma assistência de alguns alunos do curso que a ESGS abriu para este ano lectivo.Uma evolução estatística que, no entender daquela docente, tem conduzido à desestruturação da família, à redução da oferta de emprego e ao aumento da precariedade profissional e, consequentemente, à falência do modelo de Estado Social, “devendo-se criar novas formas de intervenção social”, acrescentou.Após ouvir e elogiar a análise feita, a Secretária de Estado da Segurança Social, Isabel Caeiro, salientou que o objectivo das empresas do terceiro sector do Estado é o de ir ao encontro das necessidades dos utilizadores. “A economia social promove respostas que asseguram necessidades que o mercado, por si só, não garante. Há que encontrar formas mais consentâneas de gerir os recursos disponíveis e melhor aplicá-los”, sublinhou.Curiosa foi a sua opinião sobre as reformas dos idosos, utilizando o termo “vergonhosamente baixas”, ainda que tenha hesitado ao soletrar aquele adjectivo. Isabel Caeiro reconheceu que os idosos são “obrigados” a trabalhar mais anos além da idade de reforma para garantir a sua subsistência, “mas também não se pode impedir que quem o queira fazer o prossiga”, defendeu a governante.Apesar de ter manifestado preocupação pelo envelhecimento da população, Ana Fernandes não teve dúvidas em afirmar que “o alargamento do tempo de vida constitui uma conquista da humanidade”.

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