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Disputa a três

Concelhia socialista de Santarém com eleições muito concorridas

Manuel Afonso, Ricardo Martinho do Rosário e Carlos Nestal são os candidatos à liderança da concelhia de Santarém do PS. Tanta concorrência tem uma explicação: no próximo mandato escolhem-se os candidatos às autárquicas de 2005.

As eleições para a concelhia de Santarém do Partido Socialista, que decorrem sexta-feira, 14 de Novembro, vão ser as mais disputadas dos últimos anos. O actual presidente, Manuel Afonso, Ricardo Martinho do Rosário e Carlos Nestal encabeçam as três listas a sufrágio, com o detentor do lugar e vice-presidente da câmara a merecer o favoritismo.Afonso conta com o apoio explícito do presidente da câmara Rui Barreiro e dos restantes vereadores socialistas, bem como da JS, do departamento de mulheres socialistas e dos coordenadores das secções de Pernes, Santarém e Vale de Santarém, onde vão existir mesas de voto. Outro sintoma decorre da recolha de cerca de 120 assinaturas de apoiantes, quando bastavam 60 para formalizar a sua candidatura.É contra essa realidade que as restantes candidaturas vão ter que lutar. Ricardo Martinho do Rosário conta com o apoio de alguns jovens colegas de bancada na assembleia municipal, como Pedro Braz e Celso Braz, que desde as autárquicas de 2001 se têm constituído como um núcleo duro de apoiantes de Rui Barreiro. Aliás, o confronto assumido com Manuel Afonso não significa a quebra dessa confiança, ressalvou ao nosso jornal Martinho do Rosário. A intenção é garantir a renovação da comissão política, tornar o PS “mais forte e dinâmico” e não afrontar o poder instituído.Na sua lista figuram ainda nomes históricos do partido na cidade, como os de José Churro Faustino, Leonel Martinho do Rosário, Domingos Cabral e Zeferino Silva, ou ainda Luís Almeida e Vítor Bezerra. À hora do fecho desta edição faltava apenas definir a ordem por que entravam na lista.Já Carlos Nestal, um jovem advogado transmontano radicado na cidade, dá a cara por uma lista onde pontificam António Carmo (candidato derrotado por Afonso nas últimas eleições) e os ex-vereadores Diamantino Duarte (que fez parte da lista de Barreiro e de Afonso para a câmara em 2001) e Botas Castanho, número 2 no executivo camarário aquando da gestão de José Miguel Noras. Carlos Nestal vai estar mais uma vez do outro lado da barricada relativamente a Afonso e Barreiro. Nas eleições para a presidência da distrital, em que Barreiro foi derrotado por Paulo Fonseca, Nestal foi apoiante deste último e liderou a sua lista na eleição de delegados escalabitanos ao congresso do PS distrital. Promete uma melhor organização interna e mais influência junto dos orgãos distritais e nacionais do partido.Um mandato apetecidoA existência de três listas na corrida à concelhia escalabitana pode ser explicada por duas razões. A primeira tem a ver com o facto de serem os próximos dirigentes a assumirem a responsabilidade de escolher os candidatos às autárquicas de 2005. E nessas alturas nenhuma das várias sensibilidades existentes no partido quer deixar de ter alguma influência. O que aconteceria se ficasse de fora da comissão política, para onde são eleitos de forma proporcional aos votos os membros de cada uma das listas.A outra razão para haver dois candidatos a defrontar Manuel Afonso tem a ver com algum descontentamento que existe no seio do partido quanto à gestão camarária da equipa liderada por Barreiro, onde Afonso é o braço direito. É o caso sobretudo da lista liderada por Carlos Nestal. A de Martinho do Rosário é uma clara separação de águas no seio do núcleo de apoiantes de Barreiro, embora possa conter alguns descontentes com o presidente da câmara.O MIRANTE sabe que Rui Barreiro tem sido criticado em algumas reuniões do secretariado, o núcleo duro da concelhia, e que houve mesmo quem dissesse que, a continuar assim, dificilmente o actual presidente da autarquia poderia ser recandidato à câmara em 2005.Na expectativa vai manter-se José Miguel Noras, ex-presidente da câmara e ex-presidente da concelhia e da distrital, que não vai dar a cara por nenhuma das candidaturas. O facto de ter assento na comissão política concelhia por inerência do cargo de presidente da assembleia municipal pode ter justificado essa ausência do combate político.

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