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Dois pódios totalmente portugueses

Mil e cem atletas na São Silvestre de Torres Novas
A tradicional corrida de São Silvestre que, anualmente, se disputa em Torres Novas, não contou este ano com a presença de grandes atletas estrangeiros, mas isso não lhe tirou brilho. A prova foi muito mais disputada e houve muito mais equilíbrio até ao final. Os pódios, tanto o masculino como o feminino, foram totalmente ocupados por portugueses, todos eles de grande categoria. O entusiasmo dos mil e cem atletas que participaram na prova foi de molde a deixar satisfeitos os organizadores, a câmara municipal e a União Desportiva e Recreativa da Zona Alta. O elevado nível de atletas portugueses que estiveram presentes e o excelente número de participação e de organização, levaram a que o responsável da Federação Portuguesa de Atletismo que esteve presente a consider esta prova como uma das melhores que se realiza em Portugal.Os atletas estrangeiros, principalmente os quenianos, estão a deixar um pouco as provas portuguesas, e isso aconteceu também na São Silvestre de Torres Novas, disputada no domingo, ao princípio da noite. Os estrangeiros presentes foram muito poucos e estavam integrados em equipas portuguesas. Por isso, a prova foi muito competitiva e disputada até bem perto do fim por vários atletas. Em primeiro ficou Sérgio Silva, do Boavista, que mostrou grande categoria e surpreendeu tudo e todos, no segundo lugar ficou Álvaro Ramalhete, do Marinhense, que foi sem dúvida o grande animador da prova, que comandou durante a maior parte do percurso. No terceiro lugar ficou outro português, Vítor Vasco, do Benfica.O boavisteiro Sérgio Silva, não só venceu e convenceu como também mostrou que à prova de Torres Novas não vêm só segundo planos, mesmo sem a presença de estrangeiros, também aqui estão presentes atletas de grande gabarito, que tornam a corrida num espectáculo emocionante e cheio de alegria.A corrida deste ano tinha um percurso diferente do habitual. A organização aproveitou o novo viaduto do Rio Frio para dar mais espaço aos atletas que, nos anos, anteriores se queixavam das ruas estreitas que tinham que percorrer e, por isso, o tempo obtido pelo atleta vencedor foi de excelente categoria. Para isso contribuiu a forma como os principais favoritos entraram na corrida. Sérgio Silva, Álvaro Ramalhete, especialmente este, Vítor Vasco, Domingos Lopes, Roman Prodius, Filipe Ferreira, Nuno Romão, José Santos e Alexei Scutaro vieram para a frente e imprimiram um ritmo muito forte que, rapidamente, fez a selecção dos melhores.A meio da primeira volta do percurso, o grupo da frente ainda era muito numeroso, com cerca de duas dezenas de atletas. Mas à passagem para a segunda volta, Álvaro Ramalhete esticou um pouco a sua passada e a selecção começou a fazer-se.Aos cinco quilómetros, metade do percurso, o grupo da frente já só tinha dez atletas, os dez magníficos que já foram apontados. Este grupo caminhou unido até cerca dos sete quilómetros, altura em que José Santos, Nuno Romão, Filipe Ferreira e Roman Prodius, começaram a ficar para trás. À chegada aos oito quilómetros, e numa altura em que Álvaro Ramalhete saiu da frente para recuperar um pouco, Sérgio Silva deu um esticão muito forte a que ninguém conseguiu responder. O grupo acabou por desfazer-se por completo, ficando na frente isolado o boavisteiro e, mais atrás, Álvaro Ramalhete que entretanto tinha reagido, mas sem conseguir juntar-se a Sérgio Silva. Mais atrás seguiam Vítor Vasco e Domingos Lopes.A partir daqui foi uma disputa apenas a dois, mas Sérgio Silva controlou bem o seu adversário, chegando à meta com cerca de quarenta metros de avanço. Os restantes atletas ficaram bem mais para trás.Leonor Carneiro foi mais forteNo sector feminino, a vitória sorriu à boavisteira Leonor Carneiro e não foi também uma vitória fácil. Leonor esteve na frente, conjuntamente, com Sara Pinho e Carla Martinho desde o primeiro quilómetro. As atletas conhe-cem-se bem e jogaram com todas as suas armas. À passagem do quinto quilómetro já levavam um bom avanço para a restantes atletas, que seguiam na sua perseguição.Mais à frente, quando eram corridos cerca de sete quilómetros, Leonor Carneiro e Sara Pinho, já tinham deixado Carla Martinho para trás, seguiam as duas na frente, com a boavisteira ligeiramente adiantada. Cerca dos oito quilómetros e meio Leonor Carneiro deu um esticão e isolou-se por completo.Daí até à meta nada se alterou e Leonor Carneiro fez uma caminhada triunfal, ganhando quase meio minuto à sua adversária, que foi a única a dar-lhe luta até quase ao fim. Foi assim uma excelente vitória para uma atleta que está apostada este ano em chegar ao topo do atletismo português. Organização está cada vez melhorO fim da tarde frio, mas sem chuva, não esmoreceu o entusiasmo dos milhares de pessoas que encheram as ruas da cidade torrejana e, este ano, muito mais espalhados por todo o percurso, não se cansaram de incentivar os mil e cem atletas que participaram na corrida. A organização da prova a cargo da Secção de Atletismo da União Recreativa e Desportiva da Zona Alta de Torres Novas, esteve, este ano ainda mais forte, pode dizer-se mesmo que esteve impecável em todos os aspectos. É certo que para isso contou com a preciosa colaboração da PSP, dos escuteiros e dos bombeiros, Mas a excelente capacidade organizativa, elogiada pelo representante da Federação Portuguesa de Atletismo, tem que ser realçada e certamente se houvesse uma classificação para a organização ela merecia um dos primeiros lugares do pódio.

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