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Festas estragadas

Festas estragadas

Oposição abandona reunião da Câmara de Santarém por causa de cartão natalício

A maioria socialista que gere a Câmara de Santarém lembrou-se de enviar um cartão de boas festas aos munícipes rubricado apenas pelos vereadores do poder. A oposição não gostou e abandonou a reunião do executivo em sinal de protesto.

Os vereadores do PSD e da CDU na Câmara de Santarém abandonaram a última reunião do executivo, poucos minutos após o seu início, em sinal de protesto pelo comportamento, que classificam de “anti-democrático”, dos socialistas que governam o município em situação de maioria relativa. Em causa está o envio de cartões de Boas Festas aos munícipes, em nome da câmara, assinados somente pelos elementos socialistas no executivo. Em anos anteriores, os cartões que chegaram às caixas do correio dos residentes no concelho eram assinados por todos os vereadores. Este ano, um alegado erro da empresa que produz os cartões, omitiu as assinaturas dos três eleitos do PSD e dos dois da CDU.A atitude da oposição inviabilizou a continuação, por falta de quorum, da reunião agendada para a tarde de segunda-feira, 29 de Dezembro, que durou apenas breves minutos. O tempo suficiente para José Marcelino (CDU) e Hélia Félix (PSD), em nome dos seus partidos, expressarem a sua indignação. Depois a oposição levantou-se em bloco e saiu porta fora. O presidente da câmara, Rui Barreiro (PS), não teve tempo para dar qualquer explicação.O que para José Marcelino nem sequer era necessário. “As coisas injustificáveis não têm qualquer justificação”, afirmou o vereador da CDU ao nosso jornal. “Se o presidente tivesse achado que era importante justificar-se podia tê-lo feito no tempo que decorreu entre o envio dos cartões e a reunião de câmara. Foi uma atitude política premeditada, tal como a nossa também o foi”.Embora garanta que não houve qualquer acção concertada por parte da oposição, Marcelino diz ainda que “o comportamento anti-democrático” da maioria “foi tão evidente” que não podia ter outra resposta. “Quem não se sente não é filho de boa gente. Talvez assim tenham ficado a saber que não têm condições para gerir a câmara sozinhos”.Já no exterior dos paços do concelho, Soares Cruz (PSD), reportando-se a um eventual pedido de desculpas por parte do presidente do município, dizia com alguma ironia: “As desculpas evitam-se, não se pedem”.“Erro crasso ou simples prepotência” é como a vereadora do PSD, Hélia Félix, cataloga a atitude dos socialistas. “Pensávamos que a Câmara Municipal de Santarém era composta por todos os seus membros democraticamente eleitos, das diversas forças partidárias. Pensávamos que esta câmara era o reflexo democrático do voto popular. Mas não contávamos com esta sua atitude que feriu a legalidade democrática e desrespeitou o voto popular, de mais de 50 por cento dos seus munícipes”, afirmou a vereadora, antes de questionar: “Com que legitimidade assinam os vereadores do PS os votos de Boas Festas desta autarquia, excluindo assim PSD e CDU?”.Excluídos dos cartões de boas festas da autarquia, os vereadores do PSD e da CDU tiveram de aproveitar os poucos minutos que estiveram na reunião para enviarem os seus votos aos munícipes. E com isso o assunto pode ter morrido por aí. Embora o episódio possa ter minado a boa relação existente entre a vereação. “Obviamente não ficámos satisfeitos. Mas estamos muito mais preocupados com o concelho do que com o PS ou com a forma de estar do presidente da câmara. Tudo o que for do interesse do concelho continuará a contar com o nosso apoio. Continuaremos a ter a mesma postura na defesa dos estritos interesses do concelho de Santarém”, declarou José Marcelino.
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