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O dia a dia nas urgências

Luís Sousa é auxiliar de acção médica no Hospital de Vila Franca de Xira

O auxiliar de acção médica Luís Sousa passa dias e noites nas urgências do Hospital Reynaldo dos Santos, em Vila Franca de Xira. O seu trabalho é apoiar médicos e enfermeiros e fazer o transporte de doentes até aos exames complementares de diagnóstico. A experiência como voluntário nos Bombeiros de Samora Correia ajuda-o a lidar melhor com a rotina hospitalar.

À meia noite de segunda-feira, Luís Sousa, 30 anos, auxiliar de acção médica, prepara-se para mais uma noite de trabalho nas urgências do Hospital Reynaldo dos Santos, em Vila Franca de Xira. Veste o uniforme branco e inicia o turno da noite que se prolonga até às oito da manhã.A função do auxiliar de acção médica é colaborar com médicos e enfermeiros, fazer o transporte de doentes para os exames complementares de diagnóstico e acompanhar os doentes que não se conseguem movimentar. Para efectuar o transporte de doentes utiliza a maca ou quando necessário recorre à cadeira de rodas. Normalmente cabe ao auxiliar fazer o transporte dos utentes para os vários serviços, desde o Raio X até ao laboratório de análises ou à sala de ecografias.A tarefa de transportar os cadáveres para a morgue e de ajudar na higiene dos doentes também faz parte do seu trabalho. Luís Sousa já se habituou a estas tarefas que muitas vezes afastam as pessoas desta profissão. “Já faço tudo isto com grande à vontade. É tudo uma questão de hábito”, garante. Luís Sousa reside em Samora Correia. Todos os dias faz o percurso de automóvel até à cidade onde trabalha. O seu horário de trabalho por turnos é atribuído mensalmente segundo uma escala previamente definida. Quando está no turno da manhã, que começa às 08h00 e se prolonga até às 16h00, aproveita para deixar as duas filhas no infantário. Quando o trabalho se inicia às 16h00 prolonga-se até às 00h00. Normalmente tem de 16 a 24 horas de descanso entre os vários turnos. Luís Sousa prefere a noite para trabalhar. É durante as horas mais calmas do movimento do hospital que consegue cumprir a sua missão com mais tranquilidade.O trabalho à noite já é habitual para Luís Sousa, assim como é natural ver o dia de Natal e de Ano Novo preenchidos na tabela da escala. Acontece com frequência há muitos anos e 2003 não foi excepção. “Já estou tão habituado que acabam por ser dias iguais aos outros para mim. É mais um dia de trabalho”.A maior dificuldade que sentiu na entrada para a profissão foi a localização e a designação de nomes de algum material de apoio aos profissionais de enfermagem. Mas depois da integração feita pelos profissionais mais experientes foi interiorizando todas as práticas.Luís Sousa é auxiliar de acção médica no Hospital de Vila Franca de Xira há 12 anos. Antes de integrar os quadros naquele estabelecimento de saúde trabalhou no Hospital de Vialonga. A área da saúde sempre o motivou. Há 14 anos que concilia a actividade profissional com o trabalho de voluntário nos Bombeiros de Samora Correia. Inicialmente surgiu uma vaga para fiel de armazém e para o arquivo do hospital, mas Luís Sousa preferiu esperar pelo lugar de auxiliar de acção médica que o preenchia mais profissionalmente. Quando surgiu a oportunidade de trabalhar no hospital não hesitou. Antes disso chegou a trabalhar em obras, foi empregado de balcão e teve um emprego na área da segurança privada.A experiência de voluntário nos bombeiros continua a ajudá-lo a enfrentar algumas situações com as quais se depara no seu dia a dia. “No serviço de urgência aparece de tudo. Cada caso é um caso. Mas há situações com idosos e crianças que às vezes tocam mais”, descreve.Gosta da profissão e não trocava o seu trabalho por nada. É o contacto com os doentes que mais lhe agrada. Às vezes as conversas ajudam o doente a ganhar mais resistência e surgem já de forma natural. A comunicação com os doentes é a parte mais gratificante da profissão. “É muito bom conseguir-se animar as pessoas. Estou nesta profissão porque realmente gosto do que faço. De outra forma já me tinha dedicado a outro negócio”.Ana Santiago

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