Num comunicado emitido à população da freguesia, a Junta de Freguesia do Biscainho, de maioria CDU, considera que tem sido esquecida pela maioria socialista que governa a Câmara de Coruche. Uma das acusações envolve uma verba de cerca de 4300 euros relativa a obras de conservação efectuadas pela junta na antiga sala da Escola Primária do Biscainho. O seu pagamento pelo anterior executivo camarário e a junta de freguesia exige que a dívida seja saldada.Os eleitos da freguesia do Biscainho apontam também o acordo estabelecido entre as câmaras de Coruche e Benavente no que concerne ao Centro Social do Biscainho, em que a segunda terá pago à edilidade coruchense 35 mil euros, para que aquele estabelecimento fique sob a alçada de Foros da Charneca, no concelho vizinho.Um processo que, segundo a Junta de Freguesia dos Biscainho, decorreu à sua margem, com a agravante de prejudicar “gravemente as colectividades e associações da freguesia, privando-as de utilizar um espaço para desenvolver as suas actividades”, pode ler-se no comunicado.Situação que se agrava, no entender destes responsáveis, quando a Câmara de Coruche não terá intenção de construir um novo centro social no Biscainho para servir a sua população.A Junta do Biscainho reitera ainda o desprezo a que tem sido votada a freguesia, dando exemplos como o corte de verbas no novo protocolo estabelecido entre junta de freguesia e câmara, a não concretização dos arranjos exteriores do centro de dia e o esquecimento do Biscainho no Plano Plurianual de Actividades da Câmara de Coruche para 2004.Presidente da câmara fala em aproveitamento políticoConfrontado com as acusações, o presidente da câmara, Dionísio Mendes (PS), refutou os argumentos e denunciou o que considera ser a exploração politico-partidária na comunicação social por parte de Joaquim Paulino, acrescentando que os assuntos não se resolvem com comunicados. “A câmara fez um protocolo com a Junta do Biscainho nos mesmos parâmetros que com as restantes juntas de freguesia incidindo, especialmente no tratamento dos caminhos de terra batida, o que é proporcional à dimensão quilométrica de cada freguesia”, explicou o edil, sublinhando ser natural que o Biscainho receba, a título de exemplo, menos verbas que as suas congéneres do Couço ou da Branca.Dionísio Mendes deixou ainda o aviso de que não é política do actual executivo assumir o pagamento de facturas de obras que não se definiram previamente, considerando que o estilo não é o mesmo do passado. E relembrou o investimento elevado da Junta do Biscainho na aquisição de uma viatura de nove lugares, questionando o seu tipo de utilização.O edil contrariou ainda a ideia de que, no actual mandato, a Câmara de Coruche pouco ou nada tenha feito no Biscainho, relembrando o pagamento das obras na rua de S. Pedro, a liquidação de uma dívida da Associação de Solidariedade Social do Biscainho, superior a dez mil euros, e também a construção do depósito elevado de abastecimento de água e a vedação da escola primária, entre outros exemplos.