O primeiro-ministro Durão Barroso afirmou na terça-feira que 2004 será o ano da retoma e apontou como “sinais claros” a valorização do mercado de capitais, o aumento das exportações e os valores historicamente baixos da inflação.“Estou muito optimista em relação ao futuro de Portugal, temos condições para que 2004 seja um ano de retoma que, apesar de gradual e lenta, será feita em moldes seguros”, sustentou Durão Barroso.O primeiro-ministro falava na sede da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), no Porto, durante a apresentação do PRIME- Jovem, um programa específico de apoio à iniciativa empresarial entre os 18 e os 35 anos.Segundo afirmou, o “sinal mais claro” da retoma em curso é a valorização de 45 por cento do mercado de capitais desde Março do ano passado, e isto “sem sinal de qualquer bolha especulativa”.Por outro lado, referiu o primeiro-ministro, também as exportações aumentaram dois por cento até Novembro de 2003, com destaque para as vendas para Espanha, que subiram 13 por cento no mesmo período. Quanto à inflação homóloga, que se situou nos 2,3 por cento em Janeiro, o primeiro-ministro afirmou que está numa “taxa muito baixa em termos históricos”.De acordo com Durão Barroso, a tendência de melhoria resulta da correcção dos desequilíbrios estruturais da economia portuguesa, mas também da aceleração das reformas económicas no país. Entre elas, destacou os novos códigos do Trabalho e das insolvências, a nova regulação da concorrência, o novo regime de licenciamento industrial, a redução do IRC, a reserva fiscal para o investimento, a extinção do imposto sucessório para ascendentes e descendentes em linha directa.Para o primeiro-ministro, os “resultados notáveis” obtidos no controlo do desequilíbrio orçamental apenas foram possíveis dada a “capacidade de adaptação” do país e das suas empresas. “Até agora nenhum país da Europa demonstrou tanta capacidade de adaptação em tão pouco tempo”, referiu, considerando que “as empresas portuguesas têm mostrado uma capacidade notável de resistir às dificuldades”.Na retoma em curso, o primeiro-ministro destacou o papel dos jovens empresários e empreendedores, que “estarão na primeira linha”. Neste âmbito, Durão Barroso salientou a importância do PRIME- Jovem, um conjunto de medidas de discriminação positiva para apoio aos jovens empresários.“O objectivo é que nenhuma boa ideia deixe de ser concretizada por falta de financiamento”, disse, afirmando acreditar que os jovens empresários “vão rentabilizar este esforço”. Durão Barroso alertou ainda para a necessidade dos jovens empresários serem “criteriosos no uso dos benefícios”.