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A menina dança?

Bailes e arraiais populares continuam na moda

Os bailes e os arraiais populares afinal ainda estão bem vivos. O frango continua a ser rei, regado com belo tinto da região e saboreado ao som da música pimba e de brasileiradas. No último domingo O MIRANTE também foi à festa.

A música pimba entoa no ar, debitada pelos altifalantes. Cheira a frango assado e a algodão doce. Apesar de ser domingo a noite promete em Fátima, onde os jovens de 30 anos organizaram este ano as festas em honra de Santo António. Um arraial popular, à boa maneira portuguesa.São nove e meia da noite quando os elementos do conjunto musical FH5 se sentam à mesa para jantar. São eles que vão abrilhantar a festa e fazer dançar as muitas dezenas de pessoas que já se encontram no recinto, junto à Igreja Matriz de Fátima.A boa disposição é geral, regada pelo bom vinho da região, algumas vezes “cortado” com gasosa, que ainda há muito trabalho pela frente. A maio-ria come frango assado, mas há quem opte pelo borrego com ervilhas.Enquanto os outros comem, Luís Honório, fundador e organizador do grupo, pega na caneta e no papel e faz o escalonamento das músicas que dali a pouco irão tocar. Luís sabe que as primeiras canções são importantes para agarrar o público e, no olhar de quem já anda nisto há muito tempo, percebeu que quem está lá fora quer mais música para dançar e menos para abanar o capacete.Quim Barreiros, Emanuel, Ana Malhoa, Toni Carreira, Saul e algumas canções brasileiras vão abrir a noite dos FH5, entrecortadas por músicas de cantoras do top internacional, como a Shakira.Quando, pouco antes das 23h00, os músicos tomam os seus lugares já o beiral do palco de cimento está preenchido com dezenas de crianças. As luzes multicolores rodopiam, o fumo branco invade o espaço e os músicos dão os primeiros acordes de “A namorada”, virados de costas para o recinto.A pequenada agita-se mas a multidão continua de pé firme em redor do espaço e só avança para o terreno quando se ouve Quim Barreiros. As mulheres são as mais atrevidas – abrem o baile marcando o compasso, à espera que os homens decidam sair do balcão das cervejas e ir apartá-las.Licínio, o vocalista que recentemente tomou o lugar do já famoso Filipe Santos, puxa pelo público – “Boa noite Fátima, vamos lá dançar”. Carolina, também vocalista e único membro feminino do grupo, bamboleia o corpo ao som da música, enquanto Rui Sérgio Oliveira corre pelo palco manejando as teclas.Uma hora depois do início do espectáculo já há corpos suados no recinto, casais que dançam descalços e imigrantes de Leste que se contorcem ao som de Toni Carreira como se de uma música dos Metallica se tratasse.Apesar da noite já ir longa, e de segunda-feira ser dia de escola, as crianças não arredam pé e furam por entre os pares dançantes, escondendo-se dos progenitores que as querem levar para a cama.Na zona dos comes e bebes, ali ao lado, as mesas estão agora vazias, dando descanso às dezenas de voluntários que durante horas andaram de travessas na mão, num vai e vem frenético. O balcão das raspadinhas também está deserto e as dezenas de manjericos, cada um com seu verso, aguardam cheirosos que alguém se lembre que a noite é de Santo António.Os pares, vestidos com as cores alegres da moda, continuam de ouvido atento e pé leve às músicas entoadas pelo FH5. E siga a dança, que a noite é de arraial.

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