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José Moita

José Moita

COM A SELECÇÃO NO CORAÇÃO

José Moita é um dos mais carismáticos e prestigiados treinadores de futebol do distrito de Santarém. Foi no Grupo Desportivo dos Ferroviários do Entroncamento que fez grande parte da sua carreira, mas teve passagens com êxito, pelo Mindense e pelo Riachense. Ficou algo desiludido com a estreia de Portugal no Euro 2004, mas mantém a esperança da passagem da selecção à fase seguinte da prova.

Foi uma desilusão a estreia de Portugal no Euro 2004?Foi uma desilusão para todos os portugueses. Depois de toda a mobilização, euforia e promessas de vitórias, a derrota frente à Grécia foi um balde de água fria no ânimo dos portugueses, e uma grande pedra no sapato da excelente organização da prova.O que é que foi pior a derrota ou a exibição?As duas coisas foram más. A Selecção apesar de ter melhorado muito na segunda parte, não deu garantias de poder evoluir muito mais. A Grécia foi uma equipa muito mais bem organizada, e os portugueses tiveram muitas dificuldades em chegar com perigo junto à área. Mostrou poucas possibilidades de evolução.Até onde pode ir agora a selecção nacional?É uma pergunta difícil de responder, vamos agora defrontar duas equipas bom nível. Mas penso que temos valor para vencer estes dois jogos e depois podemos ir até ao título. Continuo a acreditar nesta selecção, temos um excelente lote de jogadores, muito experientes e habituados a grandes pressões, não fica mal a nenhum português dizer com convicção que vamos ser campeões da Europa. Quais serão os nossos principais opositores na luta pelo título?A França porque tem uma grande equipa é campeã do Mundo e da Europa. A Itália que tem grandes pergaminhos e é na realidade muito forte. Depois pode aparecer uma surpresa, vão estar em Portugal as melhores selecções da Europa, é preciso não esquecer isso.Está a pensar ir ver jogos ao vivo ou vai ficar pelo sofá?Vou ver alguns jogos ao estádio. Não são muitos mas vou ver alguns jogos de outras selecções que não os portugueses. Mas vou ser sobretudo espectador de sofá, é mais cómodo, não vou andar em apertos e vejo os jogos com mais atenção.Vai ver os jogos só ou acompanhado?É evidente que gosto de estar em casa sossegado, com concentração, porque estamos sempre a aprender. É muito importante para nós homens do futebol termos atenção ao que de novo vai surgindo a nível do futebol mundial.Vai aproveitar para tomar apontamentos e procurar novidades que possa implementar nas suas equipas?Sim, tiramos algumas ideias naquilo que vimos. Embora pense que ao nível táctico possa não haverá muitas novidades. Mas ao nível da velocidade, da marcação de lances de bola parada, da posição dos jogadores da interpretação das leis, aí sim pode haver novidades, a que é preciso estar atento.É adepto para vestir camisola e ir de cachecol para a rua comemorar uma eventual vitória portuguesa?Não sou muito efusivo a comemorar, mas não digo que não o vá fazer, porque depois da desilusão que apanhámos no primeiro jogo, se conseguirmos dar a volta ao texto e ganhar, o entusiasmo e a alegria vão ser muito maior.Scolari continua a ser o treinador ideal para conduzir Portugal ao triunfo?Temos que acreditar nas pessoas, e se até aqui acreditávamos temos que manter essa confiança. O seu currículo é muito rico, foi campeão do Mundo, é um técnico de que as pessoas começavam a gostar. Mas uma coisa é certa até agora e mesmo em jogos particulares a selecção nunca mostrou grande valor e nunca convenceu ninguém.Portugal estava preparado para organizar um evento desta envergadura?Penso que sim. Apesar desta ser a primeira jornada, já deu para ver que Portugal teve pessoas que trabalharam muito, que conseguiram uma organização quase perfeita. Pena foi que o resultado não tenha ajudado muito. É bom que se chegue ao fim sem grandes incidentes, porque assim Portugal só ficava a ganhar.Que jogadores colocava em campo se tivesse que formar a equipa portuguesa? Não seria muito diferente da que jogou na segunda parte do jogo com Grécia. Mas nas convocatórias fiquei muito triste pelo Luís Boa Morte não ter sido convocado, é o único esquerdino nato da equipa, e fez um campeonato inglês muito melhor do que o Postiga. Essa foi uma situação que não percebi. O Vítor Baía está a sofrer a mesma injustiça que fizeram ao Ricardo no último mundial.
José Moita

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