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“Santarém deve manter-se nas mãos do PS”

Há pouco falava-se na questão da capitalidade. Santarém não tem tido políticos à altura de uma capital de distrito que deve ser o rosto e a mola propulsora de uma região?Não faço comentários sobre o trabalho dos meus colegas. A primeira razão para o esbatimento dessa capitalidade foi o espírito divisionista norte-sul. E Santarém não tem alguma culpa própria?Eu considero que os autarcas do passado fizeram um trabalho excepcional. Dotaram os seus territórios de infraestruturas fundamentais sem acesso aos fundos comunitários. Desbravaram caminhos. Hoje estamos num patamar diferente. Hoje temos que alcançar outro tipo de desenvolvimento, que tem a ver com as pessoas, com os projectos empresariais, com os projectos das áreas do desporto, da cultura, da saúde. As pessoas estão mais exigentes.Voltando a Santarém.Santarém precisa de uma liderança forte, que olhe para as complementaridades. Santarém precisa de um projecto e de uma equipa que se entrosem neste exercício conjunto de toda a Lezíria do Tejo e de todo o Vale do Tejo.Esse é o reconhecimento de que a actual equipa na câmara não preenche esses requisitos?É o reconhecimento de que todos damos o nosso contributo, mas que o nosso contributo tem que ser maior.E com os mesmos protagonistas?Eu não vou muito pela visão dos protagonistas.Essa questão tem sido debatida nos bastidores do PS e há quem entenda que Rui Barreiro não tem condições para se recandidatar… Quem está na nau é que sabe das tormentas. O que posso dizer é que temos de estar sempre a fazer uma auto-avaliação do nosso trabalho. E essa auto-avaliação deve ser feita de forma a permitir que Santarém não saia das mãos do Partido Socialista. Isso é exigível. Para Santarém ser o pólo aglutinador desta rede de complementaridades no distrito e sobretudo na Lezíria do Tejo, que tem uma base ideológica de esquerda, deve manter-se nas mãos do Partido Socialista.Mas foi com o PS na câmara que Santarém perdeu alguma da sua força em termos de capitalidade.Num período extremamente difícil. Podendo também ser com o PS que Santarém nestes novos tempos ganhe modernidade.A passagem da Câmara de Tomar para o PSD, e a circunstância de o presidente da Assembleia Municipal de Tomar ser um alto dirigente do mesmo partido, teve influência no esbater dessa capitalidade de Santarém e no aumento do protagonismo de Tomar.Considero o presidente da Câmara de Tomar um excelente autarca, mas Santarém não precisa de mudar de partido para ter um projecto de liderança e de afirmação da sua capitalidade. Estamos a tempo de agarrar a oportunidade de um projecto regional. Acredito que o PS com os quadros que tem vai conseguir agarrar esse projecto de dimensão regional onde Santarém tem a sua capitalidade. Vou dar o meu contributo, aqui no Cartaxo e no distrito, para que seja no âmbito do PS que se encontre o valor do projecto de âmbito regional que vá reforçar a capitalidade de Santarém. Para mim o candidato a Santarém que reúne melhores condições para liderar a autarquia, tendo em conta também a perspectiva regional, é socialista.Que se saiba, o único candidato socialista é o actual presidente da câmara, que já disse que se recandidatava.Isso é uma posição que ele defendeu. É natural que o presidente da câmara se queira recandidatar, sobretudo no primeiro mandato. O que eu posso dizer é que vai haver a apresentação de um projecto para Santarém, um projecto de liderança regional, com uma equipa válida.Quando?Naturalmente que a seu tempo. Todas as autarquias têm um princípio fundamental, e Santarém não é excepção. É o princípio de que permanentemente a autarquia tem de estar em diálogo com a sociedade civil. E em Santarém é importante reforçar-se esse diálogo permanente, como no Cartaxo procuro fazer.Foi precisamente com esse fim que foi criado em Santarém o chamado orçamento participativo.Por muito respeito que eu tenha por essas ideias, os orçamentos participativos servem para muita coisa ou não. Aquilo que eu considero o orçamento mais participativo é auscultarem-se as associações de comerciantes que têm milhares de associados, auscultarem-se as associações empresariais, veicular na comunicação social os princípios de um projecto activo e de uma estratégia própria. E este diálogo permanente com a sociedade civil é basilar para ter força. Paar além de que as freguesias são obrigatoriamente uma arena de trabalho. O diálogo permanente com as freguesias é vital para qualquer autarca conseguir fazer o seu trabalho.Acha que isso não tem sido feito?Não estou a questionar o trabalho em Santarém. O que quero dizer é que qualquer trabalho de base regional, para além da ligação complementar entre autarquias também passa por essa estrutura, por esse trabalho de coesão.Foi apoiante de Rui Barreiro quando ele se candidatou a presidente da Federação Distrital do PS. É um admirador do seu trabalho político?Considero que Rui Barreiro tem qualidades. É um político que luta pelas suas causas, mas não consigo apreciar em concreto o seu trabalho na autarquia, nem o faria. O que posso referir é aquilo que disse no início. Para os políticos é muito importante fazer-se sempre uma auto-avaliação, que nos permite dar saltos qualitativos no nosso trabalho e em relação às equipas. Porque às vezes pode ser a equipa o cerne da solução do problema. Aquilo que queria deixar como pedra de toque é que toda esta região da lezíria, e do Vale do Tejo num espírito de agregação superior, e sobretudo a lezíria com a capital de distrito, deve ter e manter a base ideológica do PS com força. Para isso o PS precisa de apresentar um projecto de âmbito regional credível e vai fazê-lo.Águas do Ribatejonão estão paradasA Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo (CULT) vai empossar os seus órgãos. Um dos trabalhos, para já, é avançar com o projecto Águas do Ribatejo, que parece parado. Preocupa-o o impasse gerado pela não adesão de Santarém? Não se estará a perder demasiado tempo?O projecto Águas do Ribatejo não está parado. Está a ser trabalhado sob todos os pontos de vista - técnico, operacional, político – e é um projecto que vai para a frente com Santarém incluída.Ainda neste mandato?Vai ser neste mandato. É a minha crença. No âmbito da CULT tudo farei para que o processo Águas do Ribatejo vá para a frente. Seria muito complicado politicamente justificar, quer pelo lado PS quer pelo lado do PSD, a não adesão de Santarém a um projecto dessa natureza.

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