Estudo desfaz mito da evasão fiscal
Maioria das empresas em Portugal está em dia com o fisco
Cerca de 90 por cento das empresas em Portugal têm em dia os pagamentos ao fisco e à segurança social, revelam os resultados do 10º Inquérito à Actividade Empresarial de 2004, divulgado a semana passada em Lisboa.Esta situação, que desmistifica “o mito da evasão fiscal e do incumprimento para com a segurança social”, é explicada pelo vice-presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP), Jaime Lacerda, pelo facto de o inquérito abranger empresas que cumprem com as suas obrigações, e que não operam deslealmente na economia paralela.Já as empresas que regularizaram em 2004 os pagamentos ao fisco e a à segurança social representam 6 por cento, segundo o in-quérito elaborado pela AIP, o que indicia uma tendência estável face ao ano anterior.Em falta estão 4 por cento das empresas e destas cerca de 6 por cento são pequenas e microempresas.O relatório, que abrange um universo de 5000 questionários a associados e não associados, com a validação de 1028 respostas, realizou-se entre Maio e Junho deste ano, destacando uma melhoria geral da situação financeira, o que pode ser justificado pela descida das taxas de juro.As empresas que consideram que têm uma situação financeira boa/muito boa representam 29 por cento, contra 24 por cento em 2003.As que mantiveram a situação têm a maioria com 53 por cento e as que a consideram má ou muito má situam-se na ordem dos 18 por cento.No caso das microempresas, o inquérito assinala que a sua situação financeira actual se deteriorou em relação a 2003, o que indicia que a quebra nas taxas de juro não teve aqui grande impacto.No conjunto das microempresas, 29 por cento consideram que a sua situação financeira é má/muito má, contra 23 por cento no ano passado.Sobre as intenções de investimento para este ano, 76 por cento responderam tencionavam fazê-lo, o que supera os valores percentuais de 2003 e 2002, respectivamente, 68 e 61 por cento.Aliás é particularmente relevante a intenção de investir durante este ano por parte das microempresas (60 por cento), contra 18 e 22 por cento, nos dois anos anteriores.O investimento em áreas imateriais de competitividade destaca-se este ano, indo desde a formação, marketing, qualidade e organização tecnologias de informação e internacionalização.O relatório permite concluir ainda que as empresas que esperam apoios públicos à sua politica de investimentos, como forma de financiamento) representam apenas 14 por cento, mantendo-se o nível de 2003 e abaixo de 2002 (16 por cento).Quanto à procura e o volume de negócios, entre o segundo semestre e o primeiro semestre de 2003 verificou-se um saldo mais negativo nas respostas.Em 2003, apenas 49 por cento das empresas registaram um aumento de vendas, contra 53 por cento no ano anterior.As expectativas para este ano na procura e no volume de negócios em Portugal é de melhoria sobretudo para as grandes e médias empresas das áreas da construção, comércio e serviços.No mercado externo, o optimismo é ainda mais significativo para as empresas de média e grande dimensão e nestas áreas de actividade.Lusa
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