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Até ao oitavo andar sem elevador

Moradores de prédio em S. Domingos, Santarém, revoltados e cansados

Um prédio de oito andares, na quase totalidade propriedade da Câmara Municipal de Santarém, está sem elevadores há mais de um mês e não se sabe quando a avaria será reparada. O quotidiano dos moradores está alterado. Entrar e sair de casa tornou-se um suplício que se agrava quando é necessário transportar compras.

Os moradores de um prédio com oito pisos na praceta Habijovem, bairro de S. Domingos, em Santarém, não podem utilizar os dois elevadores do edifício há mais de um mês. Dos 16 apartamentos, 15 pertencem à câmara municipal. Os responsáveis pelo município são acusados de nada fazer. A autarquia e a OTIS, empresa encarregue da manutenção dos elevadores, dizem que o problema ainda não está resolvido devido a dificuldades inesperadas.Mário Fernando mora no oitavo esquerdo do lote 142, número sete, da praceta Habijovem, no bairro de S. Domingos, em Santarém, e há mais de um mês que a sua família, composta por cinco pessoas, não pode utilizar qualquer dos dois elevadores do prédio. A esposa daquele morador, devido a problemas de saúde, tem sido a mais sacrificada. Por causa da avaria dos elevadores a esposa de Mário Fernando demora quase meia hora a subir os 16 lanços de degraus e tem condicionado a uma única vez as saídas de casa. “É inadmissível esta situação. É um esforço muito grande que fazemos, seja para levar comida, botijas de gás e outras coisas para casa”, refere Mário Fernando.Os esgotos provenientes de uma imobiliária situada no rés-do-chão do prédio, entretanto falida e abandonada, invadiram as caixas dos elevadores, provocando a sua avaria. No patim do rés-do-chão do edifício, as portas dos elevadores estão identificadas com fita vermelha e branca a indicar o não funcionamento.Uma moradora do sexto andar do prédio, que não se quis identificar, referiu a O MIRANTE que uma técnica da Câmara de Santarém foi avisada a 28 de Junho para o mau cheiro que se fazia sentir, proveniente da caixa dos elevadores, mas passaram 15 dias sem que nada fosse feito. Depois os elevadores deixaram de funcionar.“Depois de saberem que a origem do problema vinha da imobiliária deixaram andar e, apesar de os elevadores terem sido dados como prontos há uma semana, continuamos na mesma”, acusa a moradora, acrescentando que teve de ser a própria a desenvolver vários contactos com a empresa OTIS”.O quotidiano dos moradores está todo alterado. António Monteiro e Eva Garcia, habitantes do sexto direito, compraram um sofá mas vão ter que esperar até o poderem usar. “Quem está disposto a levar um sofá pelas escadas até ao sexto andar?” interrogam-se.Mas não são apenas os elevadores a dar preocupações aos moradores. A clarabóia no topo do edifício está partida há três anos, deixando entrar chuva, frio e calor. As campainhas dos apartamentos, no exterior do edifício, e o intercomunicador, não dão sinal de vida pelo menos desde Janeiro deste ano, forçando os moradores a deslocarem-se ao posto de correios no planalto, por não ouvirem o toque do carteiro. Não há sinais de limpeza do edifício e a porta da rua também não fecha. Uma si-tuação que provoca receio de assaltos.Esperar mais tempoOuvido por O MIRANTE, o vereador da Câmara de Santarém, Manuel Afonso (PS) esclareceu que a questão do saneamento foi ultrapassada, tendo-se encontrado uma nova anomalia que exigiu a realização de novo orçamento por parte da OTIS. O autarca não referiu em quanto tempo será resolvido o assunto mas adiantou que tudo será feito o mais rapidamente possível.Uma informação confirmada por Jorge Gonçalves, do Gabinete de Comunicação e Imagem da OTIS Portugal. “Na terça-feira, foi apresentado um orçamento à Câmara de Santarém, para a substituição de dois componentes de segurança dos elevadores – um limitador de velocidade e uma roda tensora”.Quanto aos restantes problemas do prédio, Manuel Afonso indicou que a autarquia está representada na administração do edifício e, com base na proporção de andares que possui, contribui para as despesas a efectuar. O certo é que 15 dos 16 apartamentos são da Câmara de Santarém e há situações por resolver há muitos meses.

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