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Malabarismos no viaduto

Malabarismos no viaduto

Camionistas têm de subir separador central em Riachos

No dia seguinte à inauguração oficial, a 1 de Agosto, a sinalização vertical do viaduto sobre a linha férrea do Norte, em Riachos, já estava derrubada, devido ao facto dos camiões não terem espaço para fazer a manobra. A Câmara de Torres Novas já deu conta do descontentamento dos condutores à Refer e garante que a situação vai ser corrigida rapidamente.

Os camionistas que circulam sobre o novo viaduto da Linha do Norte, em Riachos, vêm-se gregos para fazer a manobra da saída para a Golegã e não têm outro remédio se não galgar o separador.É por isso que a sinalização vertical colocada em cima do separador central está já prostrada no chão. Na terça-feira a reportagem de O MIRANTE testemunhou os verdadeiros malabarismos que os condutores dos camiões fazem para conseguirem sair do viaduto.O problema não é colocado para quem entra no viaduto pelo lado da Golegã, mas para quem entra pela estrada da antiga Unital, onde estão instaladas diversas empresas. Para quem quer seguir na direcção da capital do cavalo a manobra também não é fácil. Os camionistas, principalmente aqueles que conduzem semi-reboques, só têm duas alternativas. Ou sobem o separador com o rodado ou batem com a frente nos rails de protecção da estrada municipal.Mas os problemas não acabam ali. Luís Barroso, motorista de autocarros de turismo de uma empresa do Entroncamento, referiu ao nosso jornal que no final do viaduto o autocarro que conduz bate sempre no chão, devido ao desnível existente.“Isto é uma vergonha”, refere o motorista da Belcartur, adiantando que em Portugal se fazem cada vez mais obras em cima do joelho. Enquanto a reportagem de O MIRANTE esteve no local, dezenas de motoristas deram azo à sua insatisfação, apitando e esbracejando à passagem.José Simões, residente nas imediações, afirma que é assim todos os dias. O idoso tem por hábito dar uma volta de bicicleta pelas imediações e muitas vezes fica ali a observar a perícia dos camionistas. “Não é qualquer um que consegue fazer a manobra à primeira”, diz, convicto.O descontentamento dos condutores já chegou à Câmara de Torres Novas. Pedro Ferreira, vice-presidente da autarquia, afirmou ao nosso jornal já ter tido conhecimento do que se passa no viaduto de Riachos que, inclusive, teve bloqueado algumas horas devido ao facto de um camião com semi-reboque não conseguir dar a curva para sair do viaduto.“O triângulo tem de ser mexido o mais breve possível”, disse Pedro Ferreira, acrescentando que a obra é da responsabilidade da Refer. Essa não é no entanto a interpretação da Refer. De acordo com o gabinete de comunicação da empresa, a construção do viaduto foi financiada pela Direcção Geral dos Transportes Terrestres (DGTT), tendo a autarquia de Torres Novas sido responsável pelo lançamento do concurso de adjudicação.A Refer, disse fonte do gabinete de comunicação, apenas foi responsável pelo projecto, “que foi aprovado pela câmara”. Sendo assim, a Refer afirma não ter qualquer responsabilidade na questão.O vice-presidente da autarquia de Torres Novas contra-ataca – “a câmara apenas se substituiu à rede ferroviária nacional para o lançamento do concurso, por isso a Refer não pode dizer que não tem nada a ver com o assunto”.Adiantando que, de um modo ou de outro, o viaduto será rectificado, Pedro Ferreira adiantou ainda que o problema só ficará “cem por cento solucionado” quando a Refer construir um segundo viaduto, mais a norte.“Este viaduto só foi inaugurado depois da câmara ter tido a garantia da Refer que a construção do segundo viaduto não ficaria comprometida”, afirmou o responsável autárquico.O segundo viaduto de Riachos será construído mais a norte, entre a vila e o Entroncamento, e irá desembocar na chamada variante exterior de Riachos, que actualmente acaba junto à empresa Vegidata.Margarida Cabeleira
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