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Uma freguesia onde não há desemprego

Uma freguesia onde não há desemprego

São José da Lamarosa vive da floresta e da agricultura

Já foi conhecida como a vila das enguias, hoje é uma freguesia que vive essencialmente da floresta e da agricultura, que dão trabalho a dois terços dos mais de dois mil habitantes. Com uma população dispersa por 110 quilómetros quadrados, o maior problema está na ligação entre muitos dos aglomerados urbanos, que continua a ser feita por estradas de terra batida.

São José da Lamarosa é uma das oito freguesias do concelho de Coruche. Rodeada por uma densa mancha de floresta, onde se misturam pinheiros, eucaliptos e sobreiros, Lamarosa de Coruche, como é mais conhecida, é terra de povo pacato, humilde e trabalhador.A maior parte da população não precisa de sair da freguesia para arranjar forma de sustento. Dois terços, aproximadamente, vivem da floresta e da agricultura. Os restantes dividem-se pelo comércio e serviços, entre outras actividades. Na freguesia destacam-se duas empresas de média dimensão, uma que se dedica à transformação de produtos derivados de animais para abate e outra de produção e comercialização de fruta.Havendo trabalho, a população não precisa de emigrar. É por isso que, ao contrário de outras terras, a maior parte dos jovens acaba por ficar, o que se nota no elevado número de casas novas que se podem encontrar espalhadas pelos vários lugares. Os três núcleos urbanos principais são Lamarosa, Zebrinho e Azerveira, mas há muitos outros pequenos aglomerados dispersos pelos 110 quilómetros quadrados da freguesia, que tem, segundo as últimas contas oficiais, 2016 habitantes.A dispersão urbana obriga a uma enorme rede de estradas, talvez o elo mais fraco da freguesia. Se os principais lugares estão relativamente bem servidos, muitos outros aglomerados continuam a ser acessíveis apenas por estradas de terra batida. Ao todo são mais de 150 quilómetros de caminhos por asfaltar.Apesar de ser uma freguesia claramente rural, Lamarosa não está muito longe dos maiores núcleos urbanos da região. Coruche, sede de concelho, está apenas a 15 quilómetros, Almeirim a 23, e Santarém a 30 quilómetros. Para breve está prevista a construção de uma estrada a ligar a Ponte de Sôr.O largo da igreja, com zona verde e um coreto ao centro, é o coração da Lamarosa. É aí que está uma boa parte dos cafés, onde se juntam novos e velhos, e os principais serviços não estão longe. Farmácia, mini-mercado, talho, multibanco, duas bombas de abastecimento de combustível, ecopontos e casas de banho públicas completam o rol de serviços que se podem encontrar na sede de freguesia, onde a limpeza das ruas e as casas pintadas de fresco, mesmo as mais velhas, não passam despercebidas.A rede de ensino tem melhorado mas ainda apresenta algumas lacunas. O jardim de infância, que recebe crianças a partir dos três anos, foi remodelado e ampliado recentemente, mas o ensino na freguesia termina na quarta classe. A partir daí os alunos têm de ir para Coruche.Para a terceira idade a oferta não é má. O centro de dia funciona há quase uma década com cerca de três dezenas de idosos, a que se juntam os que recebem apoio domiciliário. Há um projecto para valência nocturna, com cerca de vinte quartos, mas as dificuldades financeiras do país nos últimos anos têm impedido a sua construção.Em termos de desporto e lazer, há várias colectividades em funcionamento. A Associação Recreativa do Zebrinho dedica-se ao futebol e cerca de 80 por cento dos jogadores são da freguesia. A equipa disputa actualmente o Campeonato Distrital do Inatel de Santarém. Para o futsal, existe um ringue polidesportivo coberto ao lado do edifício da junta de freguesia.Além do desporto rei, há dança de salão e judo na Associação Azerveirense. O Rancho Folclórico de São José da Lamarosa (adulto) é outra das associações da terra, assim como o Águias da Lamarosa, embora neste último caso o clube esteja parado. Há um grupo interessado em reactivar a colectividade mas para já não passa de intenção. Conhecidas e frequentadas são as três festas anuais que se organizam nos três maiores lugares da freguesia – Lamarosa, Azerveira e Zebrinho.Lamarosa já foi conhecida como a vila das enguias, nome que adveio de um grande charco com muitas enguias que existia na zona. Aos poucos o charco foi secando e a água deu lugar à lama. Tanta que era quase impossível circular pelo local. Perto dessa lama havia uma roseira, uma planta pouco vista na região na altura. A associação dos dois nomes deu Lamarosa, topónimo que ainda hoje se mantém.A igreja matriz, situada no centro da Lamarosa, é o monumento pais importante da freguesia, que tem mais duas igrejas em Azerveira e Zebrinho. Data do final do século XII, tem azulejos do século XVII e sofreu bastante com o terramoto de 1755, tendo sido reconstruída algum tempo depois.
Uma freguesia onde não há desemprego

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