uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Polémica entre Santarém e Golegã passou ao lado

Instalação da Secretaria de Estado da Agricultura na Golegã não foi discutida na Comunidade Urbana da Lezíria

A Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo não discutiu a reviravolta que levou a Secretaria de Estado da Agricultura para a Golegã, em detrimento de Santarém, para não ferir susceptibilidades. O presidente dessa estrutura considera que não foi quebrada a solidariedade entre municípios.

O presidente da Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo (CULT) garante que a guerra entre os municípios de Santarém e da Golegã, relacionada com a instalação da Secretaria de Estado da Agricultura, não afectou o relacionamento entre as autarquias que constituem a comunidade. José Sousa Gomes (PS) esclarece que o assunto não foi debatido no seio da CULT, que se manteve à margem da polémica. O socialista José Sousa Gomes, que é também presidente da Câmara de Almeirim, esclarece que a CULT não tomou uma posição sobre a instalação da Secretaria de Estado, que acabou por ficar na Golegã, para não ferir susceptibilidades entre municípios. E acrescenta que o importante era esse organismo ficar na área da Lezíria do Tejo. Apesar das autarquias da Golegã e de Santarém fazerem parte da CULT e serem geridas por presidentes eleitos pelo PS, Sousa Gomes entende que não houve quebra de solidariedade entre parceiros. “Isto faz parte da relação entre municípios que não afecta o funcionamento da comunidade urbana”, reforçou. Sousa Gomes garante no entanto que teria tomado uma posição pública se existissem perspectivas da Secretaria de Estado ir para outra zona fora da CULT, nomeadamente para um município da Comunidade Urbana do Médio Tejo. Sousa Gomes revela que foi contactado pelo presidente da Câmara da Golegã, Veiga Maltez, que lhe deu conhecimento antecipadamente da sua intenção de disponibilizar um edifício para instalar a Secretaria de Estado. No entanto considera que não via com maus olhos a instalação dessa estrutura em Santarém, no Centro Nacional de Exposições (CNEMA), que descreve como um pólo da agricultura nacional. O facto do centro de exposições ser gerido pela Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) não era, no entender do presidente da CULT, motivo para ser preterido no processo. “Não é através das instalações que se vêem as ligações, mas sim através das políticas”, sublinha. Sobre a disponibilização de instalações por parte das autarquias, para instalação de serviços estatais, Sousa Gomes considera que as câmaras não têm essa obrigação. Aliás há uma recomendação da Associação nacional de Municípios Portugueses (ANMP) que aconselha os autarcas a evitarem oferecer instalações. “Mas são poucos os presidentes que a estão a cumprir, porque a instalação de serviços centrais nos municípios são uma mais-valia que contribui para o desenvolvimento”, justificou. Recorde-se que a instalação da SEA esteve anunciada para Santarém. No dia 3 de Agosto, o secretário de Estado da Agricultura, David Geraldes, garantia a O MIRANTE isso mesmo e indicava o edifício do Centro da Área Educativa (CAE) como a hipótese mais viável. Vinte e quatro horas depois o governante anunciava à agência Lusa a escolha da Golegã. David Geraldes justificou a opção com a disponibilização por parte do município de um espaço condigno, gratuito, que Santarém ainda não tinha conseguido arranjar. Quanto à escolha de Leiria em detrimento de Santarém para a instalação do Tribunal Administrativo, Sousa Gomes, na altura presidente da Associação de Municípios da Lezíria do Tejo, também não tomou nenhuma posição. Mas garante que fez algumas diligências para evitar a situação, apesar de não as ter comunicado publicamente. A CULT é constituída por onze municípios: Azambuja (PS), Alpiarça (PS), Almeirim (PS), Benavente (CDU), Cartaxo (PS), Chamusca (CDU), Coruche (PS), Golegã (PS), Rio Maior (PS), Salvaterra de Magos (BE) e Santarém (PS).

Mais Notícias

    A carregar...