Campinos e tractores receberam Secretaria de Estado da Agricultura
David Geraldes trabalha na Golegã desde terça-feira
A promessa cumpriu-se a 31 de Agosto. A Secretaria de Estado da Agricultura e Alimentação abriu oficialmente na Golegã. A capital do cavalo é a única vila do país que conta com a instalação de uma Secretaria de Estado.
Uma fila de tractores esta-cionou em frente à igreja matriz da Golegã, numa demonstração da mecanização agrícola utilizada numa das regiões mais férteis do país, para receber o secretário de Estado da Agricultura, que vai ficar instalado na vila. A tradição misturou-se com os novos tempos e dois campinos trajados a rigor receberam o ministro da Agricultura, Carlos da Costa Neves, na Rotunda do Cavalo. David Geraldes, secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, o novo inquilino do palacete do pelourinho, chegou muito antes da hora.Uma avaria na aparelhagem de som atrasou a cerimónia, mas mesmo com pilhas novas o microfone portátil teimou em não funcionar e os discursos saíram entrecortados. Veiga Maltez, presidente da Câmara Municipal da Golegã, que depois de fracassados os esforços de Santarém para instalar a Secretaria de Estado na capital do distrito não perdeu tempo em “oferecer” o palacete do pelourinho para o efeito, repetia o discurso elevando a voz para cobrir a falha do microfone.O regozijo era marcante e as referências aos agricultores que levaram para o centro da vila as suas máquinas agrícolas também. Para o autarca foi “uma manifestação de reconhecimento na transferência da Secretaria de Estado” para a Golegã. “É um aplauso que vem daqueles que trabalham e sentem a terra e que de forma científica utilizam as tecnologias mais evoluídas na zona de maior produtividade do país”. Por isso “se tornam exigentes para quem os tutela como exigentes são na execução das suas culturas”. O som ia piorando na proporção inversa ao aumento da temperatura. As mais pequenas sombras eram aproveitadas por quem assistia à cerimónia sem obrigação de permanecer junto às individualidades mais marcantes. Enquanto isso, o ministro Costa Neves lia o seu discurso.A instalação da SEAA na Golegã “é um sinal evidente “ da política de descentralização defendida pelo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes, afirmava o ministro Costa Neves. A concretização desta orientação passa sobretudo pelo envolvimento de todas as estruturas locais porque a execução das decisões tomadas em Lisboa tem de “se fazer junto das pessoas”. Na mesma linha é intenção do ministério estabelecer parcerias com as organizações do sector, tendo em vista a “maior partilha de responsabilidades, de tarefas e de meios entre o ministério. o IFADAP e essas organizações”.Por parte da Agrotejo, uma das maiores cooperativas da região, ou da Confederação de Agricultores de Portugal (CAP), a disponibilidade para encetar novas e estreitas parcerias é total, de acordo com as afirmações de Luís Vasconcellos e Sousa (Agrotejo) e Luís Mira (CAP), mas os processos ainda não começaram.Por seu turno, David Geraldes tinha marcada para terça-feira a tarde uma reunião com a Federação dos Agricultores do Distrito de Santarém, para tentar minimizar o problema do rápido amadurecimento do tomate que não teve a necessária antecipação da abertura das unidades fabris para o seu escoamento.“O principal problema diz respeito à abertura das fábricas, mas vamos tentar ver o que podemos fazer. Estamos aqui para resolver os problemas e não para estarmos fechados nos gabinetes”, diz sem qualquer dúvida o secretário de Estado.A abertura oficial, a que também esteve presente o ministro dos Assuntos Parlamentares, Rui Gomes da Silva, terminou com a visita às instalações. Margarida Trincão
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