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Dança do ventre para todas as idades

Dança do ventre para todas as idades

Workshop no Entroncamento desinibe participantes
De pés descalços, cerca de trinta mulheres de todas as idades tentavam seguir os passos da formadora e, com mais ou menos jeito, ondular o tronco e as ancas nos primeiros ensinamentos da dança do ventre. A aula prática desta dança milenar decorreu no domingo à tarde no Centro Cultural do Entroncamento.Elsa Sham’s começou a praticar a dança do ventre porque “gostou”. Acha que os movimentos acentuam a “força da mulher”, mas recusa considerá-los um jogo de sedução. “É verdade que tem muitos movimentos pélvicos que acentuam a força da mulher, mas é tão sedutora como qualquer outra”, afirma.Os movimentos muito próprios distinguem-na de todas as outras danças tradicionais. A dança do ventre foi criada para mulheres e acentua-lhes as formas e a sensualidade pelo ondular do tronco e das ancas, pelo tilintar das centenas de pequenas chapas metálicas que adornam os lenços que as bailarinas atam sobre as ancas.As praticantes no workshop do Entroncamento não vestiam trajes especiais. O tilintar era dado pelos lenços da formadora e de duas alunas de Elsa que com ela viajaram de Lisboa. Isso não impediu que durante três horas tentassem “rodar e deixar cair a anca”, a esticar e encolher a barriga “sempre com os joelhos flectidos”, a ondular os ombros, enquanto os braços e as mãos esvoaçavam como folhas impelidas pela suavidade do vento.Suavidade será o mais difícil de alcançar, ainda mais do que a articulação de todos os movimentos sem esquecer a respiração. Apesar de tudo “foi muito agradável, surpreendeu-me tanta participação”, opinou Elsa Sham’s, nome artístico.Elsa é portuguesa sem qualquer ascendência árabe ou oriental, mas apaixonou-se pela dança do ventre há cerca de sete anos. Foi aperfeiçoando a técnica e já viajou por alguns dos países do Magreb para “melhor entender a cultura”.A origem milenar desta forma de expressão corporal é difícil de identificar com certeza. Estudiosos remetem-na para a Grécia antiga, outros defendem a sua origem egípcia, mas parece claro que está ligada ao culto da fertilidade. Ao ocidente chegou no início do século passado quando foi apresentada em Chicago com o nome francês: “danse du ventre”.O workshop do Entroncamento, que fez parte da agenda da cultural da câmara, foi organizado pelo grupo de teatro “A Descoberta”, de Setúbal, com quem Elsa Sham’s colabora. Na ausência de sede, o grupo fundado há três anos tem promovido ateliês dedicados a vários tipos de dança. Margarida Trincão
Dança do ventre para todas as idades

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