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Santo Estêvão inaugurou a casa da cultura

Obra demorou dez anos e custou 340 mil euros
Um auditório com um palco espaçoso, 170 lugares sentados e um equipamento moderno encheu o olho de quem tomou o primeiro contacto com a nova sede da Sociedade Filarmónica de Santo Estêvão, no concelho de Benavente. “Está aqui uma coisa com categoria”, comentou um idoso que não escondeu o orgulho pelo novo equipamento. A casa da cultura foi inaugurada no sábado, 23 de Outubro, pelo secretário de Estado da Administração local, José Cesário e contempla ainda uma sala para ensaios da banda, sala para a escola de música, gabinetes para maestro e direcção, um bar e um parque de estacionamento.O equipamento nasceu no espaço da antiga sede da colectividade, na Rua Manuel Martins Alves (a rua principal da aldeia), e o seu projecto iniciou-se há 10 anos. Foi uma caminhada longa e cheia de obstáculos. “Foram 10 anos de dificuldades e de burocracias”, explicou o presidente da colectividade, José Duarte Salgueiro. O líder da direcção e músico da banda confessou que sentiu vontade de desistir, mas não o fez porque a câmara incentivo-o a continuar a obra com um grupo de dedicados dirigentes. “Sem o apoio da câmara, especialmente do seu presidente, não teríamos conseguido”.A obra, realizada pela empresa Paulo & Filhos, Lda., teve um custo final de 340 mil euros (68 mil contos), muito acima dos 261 mil euros previstos no contrato inicial. Os trabalhos a mais custaram 33 mil euros a que foram suprimidos sete mil euros de trabalhos não realizados, erros e omissões. O problema maior é que inicialmente estava previsto uma comparticipação de 65 por cento do Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) que acabou por ficar nos 51, 7 por cento.O PIDDAC não abrange trabalhos imprevistos, nem mobiliário (14726 euros), nem arranjos exteriores (38043 euros). A Câmara, que tinha aprovado comparticipar com 30 por cento, ficou com 56,3 por cento dos encargos totais (valor que inclui equipamento e arranjos exteriores) e assumiu inclusive os cinco por cento que a Junta de Freguesia de Santo Estêvão tinha prometido, mas não conseguiu custear.O presidente António Ganhão aproveitou a presença do secretário de Estado que tutela as autarquias e define os apoios do Estado às colectividades para manifestar o seu descontentamento. “Se não tivesse sido a câmara a assumir o auto de consignação, a obra não teria sido feita”, disse.Na resposta o governante defendeu que este tipo de obras deve ter o envolvimento das autarquias locais e da sociedade civil “para que os utentes sintam esta casa como sua”. “Não aprovamos projectos sem o envolvimento da comunidade local”, disse. José Cesário defendeu uma mudança da política de apoios sublinhando que “o Governo não pode dar tudo” e defendendo a descentralização de competências para as autarquias acompanhada do reforço de meios financeiros. O presidente da câmara considerou que a missão da SFSE não fica concluída com a abertura da nova sede e apelou aos jovens e aos associados para dinamizarem e darem vida à colectividade. António Ganhão referiu que o espaço será aproveitado para a realização de vários espectáculos a incluir no plano de acção da autarquia.O ex-libris da sociedade é a sua banda. O presidente José Duarte Salgueiro recordou que vários músicos formados na centenária colectividade já estão entre os melhores. O líder apelou aos executantes para que nunca se esqueçam da casa onde deram os primeiros passos e desafiou os pais a darem a oportunidade aos filhos de aprenderem música. “Temos uma casa nova, um ambiente de sã camaradagem e não se paga nada para aprender”, frisou.Nelson Silva Lopes

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