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Computadores são paixão antiga

Computadores são paixão antiga

Pedro Domingues passa nove a dez horas diárias em frente ao monitor

Desde pequeno que Pedro Miguel Silva Domingues tem adoração pelo computador. Não é de estranhar por isso que aos 24 anos se sinta realizado na empresa onde trabalha, a fazer programação para empresas da região, depois de ter tirado o curso de programador informático no Centro de Emprego e Formação Profissional de Tomar.

Aos sete anos o pai ofereceu-lhe um computador spectrum, daqueles que funcionavam ainda com cassetes. Foi a melhor prenda que lhe podiam ter oferecido e o primeiro passo para ter a profissão que hoje, aos 24 anos, exerce – programador informático.Grande parte do dia do jovem residente em Casal das Pimenteiras, Torres Novas, é passado a olhar para o monitor, a elaborar programas de gestão e contabilidade para os clientes da Risa, empresa onde trabalha desde que finalizou o curso de programador informático no Centro de Emprego e Formação Profissional de Tomar.Pedro Domingues já trata por tu os sistemas de gestão e contabilidade integrada ou o sistema de gestão de pessoal. É, como diz, o básico para o funcionamento de qualquer empresa. Mas cada cliente é um cliente diferente e o jovem executa programas feito à medida das especificidades de cada um. Além dos clientes da Risa, Pedro Domingues ainda faz programas específicos para a SAP, partner da firma onde trabalha. Tirando o intervalo para almoço, das 12h30 às 14 horas, a mente de Pedro está concentrada nos números que “dançam” no pequeno ecrã. Muitas vezes para lá das seis da tarde, hora a que deveria sair da empresa.“Não consigo olhar para o relógio e ir-me embora só porque está na hora de saída e tenho um programa por terminar”, diz o jovem programador, adiantando não fazer sentido deixar um raciocínio a meio.Estar todo o dia em frente a um computador parece ser um trabalho cansativo e monótono mas Pedro Domingues diz que quem gosta não se cansa. “Quando chego a casa a primeira coisa que faço é ligar o computador”, diz.Filmes e jogos são o divertimento do jovem após as sete horas de trabalho. No computador, claro, a verdadeira caixa mágica que mudou o mundo, na opinião de Pedro Domingues. É por isso que a televisão foi relegada para segundo plano. Ou melhor, terceiro.Sempre que não está em frente ao monitor, o programador informático faz desporto, preferencialmente em grupo. “Costumo jogar futebol de salão numa equipa da terra”, diz quem aprecia muito mais os desportos em grupo que os individuais. Mas é bem capaz de, quando não há jogos, vestir uns calções e correr um bocado.Corre por gosto e não por voos mais altos. Diz que profissionalmente faz o que sempre sonhou e pretende ficar ali por muitos anos. Até porque actualmente o mercado de trabalho no mundo da informática está já saturado. É por isso que nunca pensou estabelecer-se por conta própria. “Para quê? Muitas das pequenas empresas que iniciam actividade neste sector acabam por fechar porque a oferta é maior que a procura”, justifica.Olhando para trás, Pedro Domingues não está nada arrependido de ter optado pela via informática em detrimento do desporto, as duas áreas que os testes psicotécnicos realizados quando estudava no 9º ano lhe indicavam como futuro profissional. Apesar de gostar muito de desporto, o jovem diz que teria tido poucas saídas se enveredasse por esse caminho e que não o entusiasmava a via de ensino. Sempre atento às oportunidades, Pedro Domingues inscreveu-se no Centro de Emprego e Formação Profissional de Tomar assim que terminou o 12º ano e ficou atento aos cursos que a entidade ia abrindo. Em Dezembro de 2001 candidatou-se ao curso de desenvolvimento de aplicações e entrou.Durante um ano teve aulas de programação, ligações em rede, teorias da informática. Quando chegou a hora do estágio, Pedro Domingues pediu para ser colocado na zona de Tomar, uma vez que residia apenas a uma dezena de quilómetros da cidade.Acabou por ir parar um pouco mais longe, em Vila Moreira, Alcanena, onde está sediada a Risa. Acabados os três meses de estágio, a empresa propôs-lhe a integração nos quadros e o jovem programador não pensou duas vezes. Os 60 quilómetros que faz diariamente são compensados pelo facto de trabalhar numa empresa estável que, diz, lhe dá garantias de futuro. Ali cada um sabe as suas responsabilidades e não é preciso estar às nove em ponto sentado no gabinete para as coisas serem feitas a tempo. Mas a flexibilidade de horário só é possível quando há responsabilidade por parte do trabalhador, ressalva o jovem. “Fazemos programas para picar o ponto mas aqui não há disso”, brinca o programador informático que nem nas horas vagas deixar de “picar o ponto” no seu computador pessoal. Pedro é o que se chama um verdadeiro rato de computador. “Se isso me dá gozo, por que não?”.Margarida Cabeleira
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