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“Espectáculo pouco edificante”

No decorrer da conferência, Francisco Pinto Balsemão, lamentou o “espectáculo pouco edificante” a que se tem assistido ultimamente na comunicação social.O presidente do grupo Impresa falou das “demissões, comunicados, idas à Alta Autoridade para a Comunicação Social, que no estertor em que parecia estar procurou mostrar que existia antes de morrer”.O ex-primeiro-ministro criticou ainda a “utilização [dos media] pelos políticos e pelas suas antenas que muitas vezes são os comentadores e os colunistas” a que se assistiu nos últimos tempos, para lamentar o “espectáculo pouco edificante que não deixará incólume os seus protagonistas”, pois, o “grande juiz é o público”.Declarando a sua satisfação por as publicações editadas pelo grupo a que preside terem passado “rigorosamente ao lado” dessa “agitação”, Balsemão falou ainda da “tese da conspiração”, a que sugere que se fecha numa sala sem janelas com os directores das várias publicações do grupo para ver “quem vamos tramar esta semana”. O que, disse, “é evidente que é falso”.Balsemão falou da “versão pessimista” dos media - a que diz que a concentração afecta a pluralidade, que “todos os poderes têm a tentação de controlar os conteúdos”, que os jornalistas “são mal preparados e superficiais” e que a busca de audiências e a concorrência “prejudicam a qualidade”.“Vejam a tese da conspiração, os poderes a atacarem de todas as maneiras, directa e indirectamente, através das agências de comunicação, os jornalistas mal preparados e a psicose da busca de audiências e da concorrência a prejudicar a qualidade”, referiu.A esta versão, Balsemão contrapôs a “versão optimista”, em que os responsáveis das empresas e os jornalistas se preocupam com os resultados “porque sabem que sem lucros não há independência”.Nesse sentido, referiu a busca de audiências e a concorrência como “positivos”, porque “obrigam a melhorar os produtos” e “aguçam a criatividade”, a concentração como um fenómeno que não é específico do sector, que a macro- media não inviabiliza a micro-media, que a pluralidade está defendida também nas novas tecnologias e que existem jornalistas mal preparados ou superficiais como acontece com profissionais nas outras áreas.Prosseguindo na “tese optimista”, Pinto Balsemão considerou que o nível do conhecimento e do profissionalismo dos jornalistas tem aumentado, que é graças à comunicação social que têm sido denunciados escândalos que estiveram escondidos anos, como o caso Casa Pia, que se conhece como funcionam sectores como a Justiça, que a televisão é mais positiva que negativa, porque permite que milhões de pessoas tenham acesso à informação.Sublinhando que “nada é branco ou preto”, antes com muitas matizes de cinzento, Balsemão afirmou que as duas teses, a “pessimista” e a “optimista”, têm elementos válidos.

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