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Dos computadores para o papel

Dos computadores para o papel

Uma noite na rotativa da Gráfica Mirandela

Sete da manhã de quarta-feira. As chapas relativas a mais uma edição de O MIRANTE estão colocadas na enorme rotativa da gráfica Mirandela, em Lisboa. O responsável desbloqueia o sistema a partir do seu computador e o papel que se desenrola a partir de três enormes bobinas começa a ser impresso. Duas horas mais tarde trinta mil exemplares estão prontos para enviar aos leitores.

A madrugada vai a meio quando na gráfica Mirandela, em Lisboa, onde é impresso O MIRANTE, começam a ser criadas as chapas metálicas que mais tarde vão absorver as tintas e imprimir as letras e as fotos no papel. José Carlos Melo é um dos profissionais responsáveis por esta área e apenas tem que controlar as operações, já que quase tudo é feito automaticamente. As páginas são recebidas - depois de montadas no jornal e enviadas através de um sistema de comunicação telefónica - nos computadores da gráfica. José Carlos Melo confirma se está tudo em ordem e define no sistema informático o número de páginas do jornal e aquelas que serão impressas a cores.O resto é feito automaticamente. O programa transmite os dados para uma enorme impressora, “do tamanho de um carro”, que através de um sistema laser, imprime as páginas nas chapas num tom azulado. Já na rotativa, as zonas das chapas com letras e fotos vai absorver a tinta e transpô-la para o papel, enquanto a zona a branco repele a tinta mantendo os espaços sem nada. As páginas a preto e branco apenas precisam de uma chapa, enquanto as que são a cores são quatro, (sistema de quadricomia). Cada uma imprime uma das cores principais: preto, magenta, azul e amarelo. Ao serem sobrepostas em doses definidas pelo sistema informático criam as diversas tonalidades. O processo de impressão das chapas para as 72 páginas de O MIRANTE demora cerca de uma hora e inclui a perfuração lateral que vai permite encaixá-las na rotativa. São quase sete da manhã de quarta-feira quando é dada ordem para que a rotativa comece a imprimir O MIRANTE. Esta é dada pelo coordenador de turno que através do seu computador desbloqueia a rotativa. Se esta operação não for realizada os tinteiros da máquina não abrem e as folhas saem em branco.Antes de começar a impressão é preciso colocar enormes rolos de papel na máquina. A operação é feita com um empilhador que coloca as bobines em encaixes por baixo da rotativa assente em pilares de cimento à altura de um primeiro andar. Para O MIRANTE são precisas três, com dimensões diferentes. Da largura depende o número de páginas impressas. Uma bobine de 1,60 metros de largura recebe 32 páginas de uma vez. A de 1,20, fica com 24 páginas e a de 80 centímetros produz 16 páginas. O papel impresso em contínuo passa por cinco corpos (rolos metálicos) onde estão as chapas que estampam as letras e as imagens no papel. As folhas que serpenteiam o interior da rotativa, maior que uma locomotiva, convergem para um corpo central onde o papel é continuamente cortado e dobrado, saindo o jornal já feito para uma passadeira que transporta cada exemplar para uma bancada onde é empilhado em paletes. Durante a impressão o chefe de máquina vai retirando exemplares para ver a qualidade da impressão e vai afinando, através de botões que transmitem ordens aos tinteiros, a quantidade de tinta que deve passar para as chapas e por sua vez para o papel. Cheira a químicos das tintas, a óleo que escorre em fios pelo motor da máquina, lubrificando-o. Para imprimir as três edições de O MIRANTE (Lezíria do Tejo, Médio Tejo e Vale do Tejo) são necessárias duas horas. Entre cada uma é preciso parar a máquina para substituir as chapas com as páginas que são diferentes em cada edição. No início de cada impressão e até a rotativa estar afinada são gastos cerca de 1.500 exemplares que vão para o lixo. As operações finais são a colocação das etiquetas, numa outra máquina, com o nome e morada dos assinantes e a dobragem de cada exemplar, ao meio, concluindo-se com o revestimento num saco de plástico transparente. Depois os 25.500 exemplares que são distribuídos pelos correios são transportados para o Centro de Distribuição Postal dos CTT de cabo Ruivo, em Lisboa. Os restantes são recolhidos pela empresa distribuidora, VASP (ver reportagem nesta edição) que depois os coloca nos quiosques e papelarias.
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