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Fazer a cobertura de uma campanha eleitoral

José Maria Cortes, pároco de Alverca

“(...) gostava de entrevistar o Papa João Paulo II. Mas porque ao jornalista se exige independência, isenção e alguma distância, defende que não deve ser um padre a entrevistar o líder da Igreja Católica. “A entrevista perdia credibilidade”

O Padre José Maria Cortes está satisfeito com a missão sacerdotal, mas se fosse jornalista confessa que gostava de trabalhar na área política e de acompanhar uma campanha eleitoral do princípio ao fim. O pároco de Alverca refere que as pessoas acreditam cada vez menos nos políticos e a comunicação social também contribui para isso. “Ainda há políticos sérios e honestos, mas esses exemplos não são apontados ao público”, justifica.Se tivesse que escolher entre a rádio, televisão ou imprensa escrita, o líder da Paróquia de São Pedro optava pela rádio. Embora refira que não tem uma voz muito colocada, essa opinião que não é partilhada por quem assiste às suas homilias.José Maria Cortes, 33 anos, gostava de entrevistar o Papa João Paulo II. Mas porque ao jornalista se exige independência, isenção e alguma distância, defende que não deve ser um padre a entrevistar o líder da Igreja Católica. “A entrevista perdia credibilidade”, diz, sorrindo. Como opção sugere um conjunto de entrevistas a personalidades da cultura portuguesa.José Maria Cortes não se vê a fazer televisão porque considera que é um trabalho mais exigente e para qual não tem dotes. Como espectador prefere os canais de cabo da SIC e a RTP 2. “Os canais generalistas estão vazios de conteúdos de qualidade”, frisa.O padre de Alverca não gosta da forma como os problemas sociais são tratados por alguns órgãos mais sensacionalistas, mas lê as primeiras páginas do “Correio da Manhã”, “24 Horas” ou do “O Crime”. “Faço-o por curiosidade, mas não compro esses jornais”, explica. Raramente se impressiona com as notícias que lê, ouve ou vê porque na sua vida sacerdotal já lidou com situações limite que lhe deram uma imunidade e uma capacidade de controlar as emoções.Concorda com a frase: “ler jornais é saber mais” e tenta passar essa mensagem nas suas homilias e no contacto pastoral com os jovens. ”É importante para criar espírito crítico e para se aperceberem do que se passa no mundo”. Desde criança que se habituou a ler os jornais que o pai comprava e guarda como referência o “Expresso” que continua a comprar todos os sábados. Durante a semana gosta de ler o “Público”, o “DN” e todos os jornais locais e regionais que recebe. O sacerdote lê com maior atenção artigos onde é interveniente e garante que já se sentiu insatisfeito com “notícias escritas com pouco rigor e que davam azo a ambiguidades”.É leitor assíduo de O MIRANTE e explica que faz sempre uma leitura das gordas seguindo a ordem do jornal. Quando os artigos lhe interessam, o Padre José Maria Cortes lê com atenção e até recorta para arquivar. Se lhe falta o tempo, sempre tem a hipótese de ver os dossiês de imprensa preparados por um dos seus assessores.O MIRANTE online ainda não conquistou o pároco. José Maria Cortes confessa que gosta mais de sentir o papel do que olhar para um ecrã.

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