O comandante dos voluntários da Azambuja, Pedro Cardoso, nem hesita quando o desafiamos a pôr-se na pele de um jornalista. “Não tenho a mínima vocação. E gosto muito do que faço”, diz.Embora admire alguns profissionais da comunicação social, fala em abusos de poder. “A imprensa é um poder muito forte e nem todos os jornalistas são bons profissionais”.Ainda recentemente se sentiu injustiçado em notícias escritas a seu respeito, mas preferiu o silêncio e não alimentou a polémica. Nunca usou um direito de resposta porque prefere apagar fogos a lançar achas para a fogueira. Pedro Cardoso considera que há jornalistas que escrevem notícias para alimentar determinados interesses e que por isso se esquecem do tão badalado “princípio do contraditório”.Apesar de não sentir motivação para ser jornalista, o comandante gostava perguntar ao ministro da Administração Interna porque é que os bombeiros não têm o estatuto de parceiro social?”.Apesar de estar habituado a lidar com situações graves, já chorou a ler ou a ver notícias. A última que o chocou foi a morte de uma menina que entrou no hospital para fazer uma simples operação às amígdalas. “É inacreditável como se morre desta forma. É chocante ver uma criança partir desta forma”, refere.O comandante é pai de dois rapazes de 17 e 27 anos e sempre foi muito sensível aos acontecimentos que envolvem os mais novos. “As crianças mexem comigo”, diz. O bombeiro prefere os acontecimentos de sociedade aos outros. Não gosta de ler jornais desportivos e os seus jornais de referência são O MIRANTE e o Correio da Manhã.Quando a sua corporação é notícia, sente mais curiosidade e chega a consultar a edição online para ver mais cedo o que foi escrito. Mesmo assim não dispensa a leitura no papel até porque colecciona recortes de imprensa relativos aos bombeiros e à protecção civil de Azambuja.A Internet é utilizada como ferramenta de trabalho para se manter utilizado e conhecer outras realidades no seu sector de actividade.É leitor assíduo de O MIRANTE, jornal que tem sobre a secretária. Lê-o de ponta a ponta e, sorrindo, confessa que aprecia o MIRANTE Cor-de-Rosa e o Guarda-rios. E justifica: “O humor é uma arma muito eficaz”.