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O acordo possível

O acordo possível

Nersant e Governo negoceiam financiamentos empresariais

A Associação Empresarial da Região de Santarém queria que o Governo desse um bolo de 40 milhões de euros para os investimentos empresariais da região. O poder central acabou por oferecer apenas algumas fatias, com a justificação de que não há regimes de excepção em termos de financiamento às empresas.

O Governo e a Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant) assinaram este mês um acordo que prevê alguns apoios financeiros aos investimentos empresariais no distrito. Não o desejável mas o possível, como referiu a O MIRANTE o presidente da associação, José Eduardo Carvalho.Com a justificação de que não poderá haver regimes de excepção em termos de apoios empresariais, o Governo recusou a proposta apresentada há meses pela Nersant relativamente à criação de um fundo de garantia específico para as empresas da região, no total de 40 milhões de euros.E avançou com uma contraproposta que a associação acabou por aceitar – as empresas que pretenderem obter financiamento para os seus projectos poderão fazê-lo dentro do sistema de garantia mútua, onde terão também acesso a maiores bonificações.Com uma vantagem: enquanto no pretendido fundo de garantia específico as verbas para financiamento das empresas estariam limitadas a 40 milhões de euros, no sistema de garantia mútua não haverá limites.Isto porque o Governo afectou uma parte substancial dos 700 milhões de euros inscritos no Fundo de Desenvolvimento Empresarial para as três sociedades de garantia mútua existentes em Portugal, uma das quais em Santarém (Garval). Mas os empresários da região podem financiar os seus projectos através de qualquer uma delas.Nas negociações entre Nersant e Governo, as cedências foram feitas de ambas as partes. A associação empresarial pretendia que todas as garantias dadas pelas sociedades fossem cobertas por um aval do Estado, junto da banca, em cem por cento. O Governo reduziu a garantia estatal para 75 por cento.E não aceitou os 6,5 milhões de euros pedidos como bonificação de juros para os empresários. Os juros acabam por reduzir-se pelo menor risco de investimento. É que com o aval do Estado em 75 por cento qualquer instituição bancária estará disposta a baixar o seu spread (margem de lucro) nas operações de crédito aos empresários.Aliás, as empresas que queiram investir em concelhos considerados mais desfavorecidos – Alpiarça, Chamusca, Constância, Coruche, Ferreira do Zêzere, Golegã, Ourém, Salvaterra de Magos, Sardoal e Vila Nova da Barquinha – têm ainda um “bónus” extra, uma vez que o aval do Estado é “esticado” até aos 85 por cento.O presidente da Nersant diz que este não é um acordo bom, é o possível. Apesar de o ter aceite, José Eduardo Carvalho referiu ao nosso jornal que a questão vai voltar a ser discutida na próxima reunião do conselho geral da associação, a realizar terça-feira. Porque, em sua opinião, e apesar de alguns dos pressupostos da Nersant terem sido aceites pelo Governo, a discriminação e a dualidade de critérios continua a existir entre os empresários da região de Santarém e os das restantes regiões do país. Porque apenas umas fatias do bolo continuam a ser insuficientes.
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