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Um terço das casas são caras e sem conforto

Estudo feito pela Deco
Mais de um terço dos 34 apartamentos novos inspeccionados pela DECO não oferece condições de conforto e tem equipamentos mal instalados, entre outros problemas que a organização de defesa do consumidor detectou.De acordo com a mais recente edição da PRO TESTE (nº 254 de Janeiro), revista da DECO onde são regularmente testados produtos e serviços, também o mau uso da orientação solar e janelas demasiado simples surgem como principais defeitos nas casas.A DECO/PRO TESTE responsabiliza os projectistas e construtores “desinteressados”, a “ineficaz” fiscalização das câmaras municipais, e ainda “uma lei com muitas fugas”.Em Junho último, esta organização de defesa do consumidor inspeccionou casas em Lisboa e Porto e concluiu que, “em geral, estas têm um bom desempenho térmico”, mas num terço o conforto é “insatisfatório”.Na prática, para atingir um certo nível de conforto, uma casa tem de ter um consumo de energia superior ao admissível para, respectivamente, arrefecer e aquecer o edifício, segundo o estudo realizado.Para verificar se os materiais de isolamento foram bem aplicados, a DECO/PRO TESTE realizou um teste com uma câmara de infra- vermelhos, usando uma técnica denominada termografia, em cinco casas.Detectou defeitos em todas, “sobretudo nas zonas de contacto entre as paredes e o tecto”, e nas fachadas exteriores, em duas casas, “até se consegue observar o contorno dos tijolos”, revelando que “a espessura do reboco era demasiado fina e os pisos térreos não tinham resistência contra infiltrações”.Em relação aos equipamentos de aquecimento, num terço das habitações foram encontrados aparelhos que só servem para aquecer uma divisão, e em três casas apenas existia uma lareira sem recuperador de calor, concluindo os especialistas que os construtores falharam sobretudo na instalação.No entanto, a maioria das janelas estavam bem isoladas, e apenas em três existiam folgas significativas entre a janela e a calha.A DECO/PRO TESTE encontrou também muitas casas com divisões orientadas de forma inadequada, revelando que “os construtores estão mais preocupados em preencher a área do piso, ignorando o conforto, o que obrigaria a construir menos habitações por piso e a aproveitar o espaço de modo mais energeticamente eficiente”.“Em Portugal, o conforto térmico ainda não é uma prioridade dos construtores. Está nas mãos do Governo, das câmaras municipais, dos projectistas e construtores alterar este cenário”, defende a DECO.De acordo com a organização, o actual regulamento “contém demasiadas fugas e está a ser revisto desde 2002 com o objectivo de eliminar as incorrecções. A lei é pouco exigente, permite licenciar edifícios sem a prova concreta de que cumprem as regras mínimas de conforto, e não obriga à realização de auditorias”, acusa ainda.Acresce que a nova redacção aguarda aprovação do Governo, pelo que o processo deverá sofrer atrasos, sobretudo devido às eleições previstas para Fevereiro.Ao consumidor, a DECO aconselha atenção na hora de escolher a casa e valorizar mais o conforto térmico, justificando que futuramente este factor será mais importante para a carteira do comprador do que outros aspectos muito anunciados pelos vendedores, “como os acabamentos ditos de luxo”.Sugere ainda que o comprador faça uma visita atenta ao local, observando o conforto térmico da casa, se as fachadas recebem sombra de outros prédios, elevações do terreno ou vegetação de grande altura.Lusa

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