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Grupo Pestana desiste de pousada em Tomar

Grupo Pestana desiste de pousada em Tomar

As negociações para o projecto do Convento de Santa Iria decorriam há um ano

O Grupo Pestana desistiu da construção de uma pousada histórica no Convento de Santa Iria, em Tomar. O presidente da câmara não quer abrir o jogo sobre o desinteresse do grupo pelo projecto mas terá de avançar para outras alternativas se quiser rentabilizar o dinheiro que gastou na compra do edifício.

“Neste momento não há qualquer tipo de negociação entre a Câmara Municipal de Tomar e o grupo Pestana Pousadas no sentido de ser criada uma pousada naquela cidade”, refere o e-mail do grupo que explora as Pousadas de Portugal, enviado a O MIRANTE.O teor da informação não deixa margem para dúvidas. Mesmo que o presidente do município não queira abrir o jogo e afirme apenas “não haver actualmente desenvolvimentos sobre a questão”.A Câmara de Tomar adquiriu o edifício do Convento de Santa Iria no início do ano passado por mais de 500 mil euros, a pensar exactamente na construção da pousada. A compra foi na altura aprovada por todo o executivo municipal, que justificou a sua decisão pelo interesse local e regional do projecto.Há quase um ano, em Abril de 2004, o presidente da câmara assegurava que as negociações com o grupo Pestana estavam numa fase adiantada, fazendo prever que o negócio seria concretizado.António Paiva afirmava então que os serviços jurídicos da autarquia e da empresa já tinham feito uma reunião preparatória, indispensável para avançarem com uma proposta concreta de protocolo, que seria depois aprovado pelo município.Foi também a pensar na futura pousada que a Câmara de Tomar decidiu, em Fevereiro de 2003, mandar demolir e escorar parte do antigo colégio feminino, edifício contíguo ao Convento de Santa Iria, expropriado um ano antes. O edifício apresentava então graves fissuras nas paredes, havendo o risco de ruir, pelo que o município adjudicou obras de sustentação do espaço pelo valor de 45 mil euros.Tudo em vão. Porque o grupo Pestana desistiu da construção da pousada histórica. Embora a administração do grupo não justifique a decisão, a questão do ex-colégio feminino poderá ter sido a causa.O presidente da câmara sempre pretendeu que a futura pousada incluísse também o edifício do antigo colégio das raparigas, separado do Convento de Santa Iria por uma arcada que atravessa a rua com o mesmo nome.Em Abril do ano passado, António Paiva admitia que o que estava em cima da mesa das negociações com o promotor da pousada era apenas a compra do convento, o que à partida não interessava ao município. Mas o presidente sempre fez pressão junto do grupo Pestana para incluir também no negócio o ex-colégio feminino.“Achamos que Tomar deve ter uma nova unidade hoteleira com um mínimo de 50 a 60 quartos”, referia o autarca, adiantando que os promotores da pousada ainda estavam a estudar a viabilidade desse projecto, uma vez que, à partida, pretenderiam avançar apenas para uma unidade de apenas 30 quartos.A pressão sobre o grupo Pestana intensificou-se após o encerramento da Pousada de São Pedro, no Castelo do Bode, em finais de 2003. A construção de uma nova unidade seria uma forma de compensar o concelho pela perda, mas agora Tomar não tem uma nem outra.António Paiva já não pode concretizar o seu sonho. E terá de partir para outras alternativas. Há um ano um investidor privado mostrou-se também interessado na aquisição dos dois edifícios contíguos para construir uma unidade hoteleira junto ao Nabão.Resta saber se, depois de ter sido preterido pelo grupo Pestana nas negociações, o empresário continuará interessado em investir em Tomar.Margarida Cabeleira
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