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Um escalabitano de gema apaixonado pelos aviões

Mário Santos (PSD) é o presidente da Junta de Freguesia de Marvila
Mário Santos, presidente da Junta de Freguesia de Marvila (Santarém), divide o seu tempo entre os aviões e a política. Fundador e actual presidente do Pára-Clube de Santarém está pela segunda vez à frente da autarquia da cidade onde nasceu e de onde só saiu para passar férias e para prestar serviço à pátria, durante a tropa.Nasceu junto às portas de Santarém, onde D. Afonso Henriques conquistou a cidade aos mouros e por isso é um defensor acérrimo da sua cidade. Desmente quem diz que os escalabitanos gostam pouco da sua terra e diz que o problema é os “pára-quedistas” que vieram de fora.Enquanto miúdo, teve nas Portas do Sol, nas barreiras e em Alfange os seus parques infantis. Foi um “puto traquinas” e um aluno médio que sempre gostou de aviões. Quando chegou à idade de ir para a tropa alistou-se na Força Aérea e esteve entre 1967 e 1969 na Guiné.Terminada a guerra podia ter seguido a carreira militar mas algumas das experiências que viveu em África fizeram-no regressar à vida civil. É um assunto sobre o qual não gosta muito de falar. Diz apenas que cumpriu o seu dever como cidadão e até recebeu uma medalha, sem saber bem porquê.Regressou à empresa do ramo automóvel onde trabalhava como empregado administrativo e entretanto casou. Do casamento nasceu um casal. Uma menina, hoje já formada e casada, e um rapaz, actualmente a acabar o ensino superior.Entretanto deixou a empresa onde trabalhava e mudou-se para a Sapec, onde esteve vários anos. Com o declínio da empresa aceitou um acordo e ficou na pré-reforma, situação em que está actualmente, embora com os anos de trabalho, de tropa e de autarca (estes dois últimos contam a dobrar) já tenha 58 anos de descontos, os mesmos que tem de vida.Eleito há três anos pelas listas do PSD como presidente da Junta de Marvila, Mário Santos já tinha experiência como autarca. Fez parte, como vogal, da primeira junta eleita após a revolução de 1974. Salienta que teve muito gosto de trabalhar com o presidente de então, Jaime Figueiredo.No mandato seguinte foi eleito presidente mas acabou por sair no final do mandato, frustrado e zangado com as condições que tinha para fazer obra. “Antes pagava-se para se ser autarca e na altura pedia-se à câmara dinheiro para tudo. Até para pagar a água e a luz”, recorda.Regressou em 2001, por convite do amigo José Andrade, a que não conseguiu dizer não. Três anos depois diz mais uma vez que está desiludido. Agora já não com o sistema mas com as pessoas. “Tenho dificuldade em comprar aquilo em que não acredito e só me candidato se achar que o concelho pode mudar em termos de ideias e de cabeças”, afirma Mário Santos, que acusa os autarcas socialistas da câmara de não colaborarem com a junta. Em sua opinião é preciso um lobi por Santarém, que junte pessoas de várias actividades e quadrantes políticos.Além da junta, divide o seu tempo com o Pára-Clube de Santarém, de que é um dos fundadores e actual presidente. Quer afastar-se da direcção mas não dos aviões, a sua grande paixão. O asfaltamento da pista do aeródromo de Santarém, pelo qual lutou durante anos, foi o seu grande legado.No pouco tempo livre que lhe resta, o mais certo é estar a dormir. Adora o mar mas não tem tempo para a pesca. O barco que tem na garagem até já tem o motor “agarrado” devido a tanta falta de uso.Benfiquista desde pequenino, está desiludido com o futebol. Não porque o seu Benfica não ganha há muitos anos, mas porque o futebol se transformou mais em negócio do que em desporto.Antes ia a todos os jogos internacionais do clube – e viveu grandes momentos – mas há vários anos que não vai ao estádio. Ainda nem sequer visitou a nova catedral. Espera que o Benfica ganhe o campeonato deste ano mas nem isso o vai levar ao estádio. “Só se for num jogo em que tenha a certeza que não vai estar mais de um terço do estádio com público. A insegurança não justifica o apoio que se dá ao desporto”, explica.

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