PSD apoia Moita Flores à Câmara de Santarém
Decisão tomada por unanimidade e aclamação na noite de segunda-feira
Moita Flores está a um pequeno passo de ser candidato à presidência da Câmara de Santarém. A assembleia de militantes do PSD deliberou por unanimidade e aclamação apoiar uma candidatura protagonizada pelo escritor e cronista independente. Falta agora limar algumas arestas. As negociações devem estar concluídas ainda este mês.
Os militantes do PSD de Santarém mandataram na segunda-feira os seus dirigentes para negociarem o apoio do partido a uma candidatura do independente Francisco Moita Flores à Câmara de Santarém. As negociações vão prosseguir ao longo dos próximos dias, sendo certo que até final de Março será anunciada a decisão.Tudo aponta para que Moita Flores venha mesmo a liderar a lista que vai concorrer sob a sigla e o símbolo do PSD. Em declarações a O MIRANTE, o escritor, que actualmente tem casa em Santarém, afirmou a sua disponibilidade para ser candidato. “O nosso projecto está pronto, estivemos a escrevê-lo a semana passada. Vamos analisar o conteúdo da moção aprovada pelos militantes do PSD e, se possível, juntar essas ideias”, revelou o conhecido escritor e cronista na manhã de terça-feira, numa altura em que ainda não tinha conhecimento dos resultados do plenário do PSD, que foi um dos mais concorridos de sempre.Outro sinal de que a aliança está por dias é o conteúdo da mensagem que Moita Flores enviou aos militantes do PSD e que foi lida no plenário - um dos mais concorridos de sempre e que teve de ser repartido por sábado e segunda-feira. Um excerto, inserto numa nota de imprensa emitida esta terça-feira pelo PSD, reza assim: “Perdeu-se tempo, perdeu-se muito tempo e aqueles que nasceram e aqueles que amam Santarém tornaram-se espectadores, apenas passivos espectadores, da destruição desleixada da sua própria terra. Chegou a hora de não apenas aplaudir, assobiar ou fazer de conta que nada acontece”.Este discurso mobilizador das hostes social-democratas indicia que o trabalho mais difícil está feito. O consenso revelado no plenário é considerado “histórico” por Ramiro Matos, presidente da concelhia de Santarém do PSD, já que o partido ao longo da sua história tem conhecido conturbados momentos de cisão e clivagem entre militantes.Moita Flores considera essa unanimidade importante, mas esclarece que a sua candidatura é independente e foge à lógica politico-partidária. A intenção é formar uma plataforma abrangente que englobe independentes de reconhecido prestígio e figuras de todos os quadrantes políticos. Um objectivo que casa na perfeição com a estratégia subscrita pela concelhia de Santarém do PSD, que defende a abertura do partido à sociedade civil.“Acho que temos propostas decisivas para uma candidatura ganhadora e para fazer coisas. O objectivo essencial é criar planos a curto e médio prazo para tirar Santarém do marasmo em que está”, declara o possível candidato.Moita Flores já se apercebeu de alguns dos problemas do concelho e diz, como exemplo, que a relação entre a câmara e as freguesias “está completamente degradada e vive de inicia-tivas pontuais”. Acrescenta que é necessário investimento no saneamento básico para acabar com o “retrato terceiro-mundista” dos esgotos a céu aberto, responder aos problemas do património histórico e sobretudo atrair investimento que ajude a fixar jovens”.“Santarém é um concelho inacreditavelmente envelhecido. Há que segurar em Santarém os jovens, as elites culturais, económicas e políticas”, afirma o possível candidato, que acrescenta ser imprescindível acabar com a visão “fatalista” que os escalabitanos têm da cidade e do concelho. Moita Flores diz que foi depois de ter sido sistematicamente confrontado com essa visão fatalista que decidiu fazer alguma coisa, impulsionado por alguns amigos. “Espero sobretudo que esta candidatura seja um acto de cidadania e que quem quiser ir connosco aproveite a boleia”, observa, adiantando que não precisa de ser presidente da câmara para melhorar o seu currículo nem para se promover.
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