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“Escrever é uma boa forma de combater as insónias”

“Escrever é uma boa forma de combater as insónias”

“Contos Semibreves” é o título do livro de Joaquim Ramos

O presidente da Câmara de Azambuja estreou-se como escritor publicado com uma compilação de contos que foi reunindo ao longo dos anos. Memórias da terra onde nasceu misturadas com muita fantasia.

A Doida de Valfornos, António Pereira e Josefa Gravina são os três personagens que dão vida à “A história imperfeita do milagre do Alfaro”, a mais “especial” das três narrativas do livro “Contos Semibreves”, de Joaquim Ramos, editado por O MIRANTE. O livro, da autoria do economista natural de Azambuja, e que é também presidente desse município, foi apresentado ao final da tarde de sábado, 19 de Março.O terceiro e último conto do livro acompanha o autor há oito anos. Foi escrito ao longo de vários fins-de-semana passados na casa de praia da Nazaré e no local que Joaquim Ramos considera o mais inspirador de todos – a Ilha do Pico, nos Açores. “Durante anos andei em guerra com o conto até que finalmente decidi enfrentá-lo”, explica o autor.Uma multidão curiosa, que encheu o salão do Clube Azambujense, ouviu atentamente um trecho do primeiro conto “Prodígios”, lido pelo director geral de O MIRANTE, Joaquim António Emídio. “(...)Gracinda não tinha a certeza de Catraio ser nome de gente, mas de qualquer forma sempre era melhor que nada. Não podia era chamar-se apenas Catraio, que ser humano com um só nome apenas conhecia o preto Laurindo que descarregava sal na vala do Esteiro(...)”.Gracinda Chicote, que atravessa toda a história, é uma personagem imaginária, tal como a protagonista do segundo conto – “A morte da Titi” - mas todas elas têm também muito de real. “A segunda história foi baseada numa velha que via tudo através do postigo. A Titi poderia ser qualquer velha do Rossio. Tinham todas o mesmo tipo de interesses e de curiosidades”, adianta Joaquim Ramos. Muitas das figuras que vivem ao longo dos três contos são inspiradas em personalidades do concelho. Dª. Argentina, o menino Carlos Brito e Alberto Noronha são nomes que fazem parte da história da região. Joaquim Ramos orgulha-se de os ter tratado com carinho nos seus contos.O autor, 55 anos, escreve sempre em papel e com caneta de tinta permanente. As histórias foram passadas a computador por três colaboradores, Nuno Carapinha, Pedro Abreu e Susana Jerónimo a quem o autor agradece no livro. Joaquim Ramos considera-se um perfeccionista que reescreve constantemente as páginas dos seus contos. A inspiração surge à noite e nos momentos de solidão que lhe agradam particularmente. “A escrita é uma boa maneira de combater as insónias”. O autarca, que revela agora a sua faceta de escritor, decidiu editar um livro com a compilação de contos que foi reunindo ao longo dos anos. Memórias da terra onde nasceu misturadas com muita fantasia. “A explicação para ter publicado um livro é simples: apeteceu-me. Quem gostar gosta, quem não gostar não gosta. A determinada altura o livro também ganha vida própria, independentemente de quem o escreveu”. Joaquim António Ramos confidenciou que tem já em carteira mais alguns contos acabados que prevê lançar proximamente. O editor do livro considera que há um fio condutor que acompanha cada um dos três contos, assim como um bom tratamento do português, que recupera, com algum agrado para quem gosta de ler, algumas expressões tradicionais.“O primeiro conto é uma forma de voltar à infância e à adolescência de uma maneira que nem toda a gente tem oportunidade de fazer”, descreve. Na opinião de Joaquim António Emídio um homem só se realiza plenamente se plantar uma árvore, tiver um filho e escrever um livro. “Esta última coisa deve ser a mais difícil de conseguir”, afirmou.Ana Santiago
“Escrever é uma boa forma de combater as insónias”

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