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A alma do Ribatejo no CNEMA

Espectáculo de João Villaverde recria mundo da tauromaquia
Fados, toiros, cavalos, cavaleiros e campinos misturados com a religiosidade das gentes da lezíria e a sua poesia é a essência de “Ribatejo em Festa”, de João Villaverde. Um espectáculo de hora e meia que no dia 1 de Abril volta ao Centro Nacional de Exposições (CNEMA), em Santarém.A tauromaquia é muito mais que as corridas de toiros, são as manifestações populares ligadas à festa brava, as ganadarias, os jogos de cabrestos, os cavalos, as tentas e a devoção aos santos a quem os toureiros pedem a protecção divina antes de entrarem na praça.João Villaverde, 42 anos, bandarilheiro profissional desde 1984, é o autor de “Ribatejo em Festa”, estreado em Fevereiro de 2004, no CNEMA, aquando da segunda edição da Feira do Toiro. O desafio para a criação de um espectáculo com esta temática foi-lhe lançado pela então vereadora da cultura da Câmara de Santarém, Idália Moniz. “O embrião do espectáculo nasceu logo na primeira edição da Feira do Toiro, depois foi só completar e em pouco mais de uma hora tinha todas as cenas na cabeça”, esclarece.Natural de Vila Franca de Xira, João Villaverde morava junto à rua das largadas de toiros e lembra-se da excitação que sentia quando os corpulentos e possantes animais corriam pelas ruas da cidade. “Ficava rouco de tanto gritar”, recorda. Os familiares directos nunca lidaram ou pegaram toiros, mas o bandarilheiro estreou-se com apenas 9 anos. A profissão que queria e acabou por seguir não agradava aos pais que para o tentarem desviar da carreira de toureiro mudaram residência para Oeiras.De pouco valeu, João Villaverde foi estudar para a Escola Agrária da Paiã, encontrou António Ribeiro Telles e pronto. “A partir daí não houve nada a fazer”, conta. Fez de tudo na arena, foi forcado, cavaleiro tauromáquico amador e toureiro a pé. “Houve uma corrida em que toureei a cavalo e a pé e peguei um touro”, conta. Desde 1984 que é bandarilheiro profissional, tendo feito parte de diversas quadrilhas de grandes figuras nacionais e estrangeiras e toureado em grandes praças. Actualmente é apoderado do cavaleiro Manuel Ribeiro Telles Bastos, para além de também ser criador de gado.João Villaverde é o autor, o produtor, o guionista e também um dos actores de “Ribatejo em Festa” que movimenta entre 30 a 40 pessoas, todas amadoras, à excepção de um dos guitarrista. Na família de João Villaverde só o filho mais novo não entra no espectáculo. Paula Villaverde, a mulher, é uma das ceifeiras e os dois filhos mais velhos, João, de 10 anos, que também quer ser toureiro e já estreou em público, e António, de 7 anos, têm papéis a representar.No fim de contas é só levar para a cena o sentir de uma família de ganaderos, de toureiros e de gente de raízes rurais, que habita na herdade do Balancho a poucos quilómetros da Bemposta, em Abrantes.O ano passado “Ribatejo em Festa” que leva para cena, cavalos, bezerros e cabrestos, foi representado em vários locais e este ano a época também promete. Depois do CNEMA, o espectáculo vai estar na Chamusca, na Azambuja e em Vila Franca de Xira. “Temos outros contactos, mas confirmados são estes”, diz João Villaverde.Margarida Trincão

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