“Alone Among Thousond” com sabor a Metal
Final do Concurso de Música Moderna da Azambuja
Ensaiam em garagens, escrevem músicas sobre desamores e desventuras, acalentam sonhos de fama e popularidade, em Portugal e no resto do Mundo. “Alone Among Thousond” é o nome da banda que ganhou o concurso de Música Moderna organizado pela Câmara da Azambuja. Mil euros e a possibilidade de tocar no palco principal do “Festival do Tejo” deste ano.
Casacos de cabedal, cintos metalizados, gorros às riscas. Tudo preto. Muito preto. A noite já ia longa quando começaram em Alcoentre, Azambuja, os sons estridentes das guitarras das três bandas que participaram na final do concurso de música moderna AZB 00-03.Na tenda instalada junto ao Quartel de Bombeiros os apreciadores habituais deste tipo de música misturavam-se com alguns espectadores locais que bebiam uma cerveja enquanto habituavam os ouvidos a sonoridades pouco escutadas por aquelas paragens.A banda do Cartaxo “Alone Among Thousond” foi a primeira a subir ao palco. O júri acabaria por lhe dar o primeiro lugar. O rock alternativo do grupo conquistou um lugar num dos palcos principais do Festival do Tejo, a realizar em Julho, na Praia da Casa Branca, em Azambuja, e um cheque de mil euros que vai ajudar a reforçar o equipamento.As músicas da banda abordam temas do dia a dia, sempre em Inglês. Para o vocalista Pedro Monteiro, 24 anos, esta é indiscutivelmente a língua universal. “Não queremos ficar só por Portugal. Também queremos tocar lá fora e o inglês todos conhecem”, justifica o estudante de música. A banda é recente - foi criada há dois anos por antigos colegas de infância – , mas os elementos do grupo sonham alto. “A grande ambição é vivermos disto, pelo menos durante uns bons anos. Só Portugal não chega”.Pedro Monteiro é o autor dos temas. “Para criar não há regra. Simplesmente tocamos, dizem-se algumas palavras, as coisas vão-se encaixando e vai-se formando uma letra”, explica o autor, que quase sempre leva a melodia estruturada.O vocalista e o baixista estudam música. O baterista é estudante de cinema. O teclista está no curso de arquitectura. Alguns pais fizeram questão de assistir à final do concurso. A maioria dos elementos das três bandas é composta por estudantes e são os progenitores os seus principais patrocinadores.É na garagem dos pais do baixista e compositor Bruno Soares, em Vale do Paraíso, Azambuja, que os quatro elementos da banda Acikuta (outra finalista) ensaiam as suas criações. “Deixam-nos fazer muito barulho. Sem a ajuda deles seria impossível”, reconhece o músico, que actualmente está à procura de emprego.A banda foi criada há dois anos e ainda procura um estilo. A música situa-se algures entre o rock e o new metal. “Escrevo para exorcizar aquilo que vai cá dentro”, confessa. As complicações amorosas, as perdas e a solidão são temas recorrentes da banda. As letras são melancólicas, mas Bruno Soares garante que são boas lições de como se pode dar a volta por cima.A actuação no Palco Tejo seria uma boa rampa de lançamento, mas o grupo terá que contentar-se com a participação. O apoio à edição do trabalho dos Excise, banda formada há sete anos, também terá que ficar adiado. Para já as duas bandas garantem a presença no palco Ceja do Festival do Tejo, o que também tem as suas vantagens. “Nunca se sabe se entre o público estará um contacto de uma editora…”.Ana Santiago
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