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Mação promove presunto

Mação promove presunto

Iniciativa da câmara e de industriais do sector

Mação deu segunda-feira a provar o seu famoso presunto, mas também produtos “que sustentam a boa maneira que as gentes do concelho têm de receber” como o queijo, o azeite, a azeitona e o mel, divulgou a autarquia.

A Mostra do Fumeiro de Mação e Prova de Queijo, Azeite, Azeitona e Mel decorreu à tarde num restaurante de Ortiga por iniciativa dos industriais do sector presunteiro e da câmara municipal, que quer assim divulgar os produtos de qualidade de um concelho que é conhecido como a terra dos três “As”, o Ar, a Água e o Azeite.Segundo dados da autarquia, 75 por cento do presunto nacio-nal, ou seja, seis a sete mil toneladas, é produzido em nove unidades instaladas no concelho, sendo esta a indústria transformadora com maior peso na economia local, empregando duas centenas de pessoas.Não sendo zona de origem da matéria-prima usada no fabrico dos presuntos e dos enchidos (Mação é também o maior produtor de maranhos do país), o concelho tornou-se numa zona de produção destes produtos, de qualidade reconhecida, devido às características do seu clima, disse à Agência Lusa Fernando Monteiro, o veterinário municipal que conhece de perto o sector.“Antigamente, o porco ibérico criado no Alto Alentejo vinha, na altura da bolota, para a Beira Baixa.Numa altura em que não existiam as câmaras frigoríficas, Mação oferecia o clima ideal para a cura do presunto, com frio e alguma humidade no Inverno, que vai diminuindo progressivamente, que é o que o presunto quer para uma boa cura”, afirmou.Actualmente, as pernas de porco chegam a Mação transportadas em camiões frigoríficos vindos de vários países europeus.Fernando Monteiro assinala que apesar de, com as condições actuais, o presunto poder ser preparado em qualquer lugar, a cura em Mação continua a ser natural, demorando sete a oito meses.A excepção fica para as produções destinadas às linhas brancas das grandes superfícies, com curas de quatro a cinco meses, às quais os produtores não querem associar a sua marca, disse.As condições de cura natural, num clima que permite uma evolução lenta, dando paladar ao presunto, levam a que os industriais de Mação, incentivados pela autarquia, estejam a avançar para a criação de uma marca “que certifique que o presunto é feito aqui, com características e procedimentos estabelecidos”, disse Fernando Monteiro, assegurando que “já há muita gente a utilizar indevidamente a marca Mação”.“Aqueles que tiverem condições e cumprirem o caderno de encargos que estamos a elaborar serão certificados”, afirmou, acrescentando que “o mais difícil”, que foi obter a anuência dos produtores, está conseguido.A certificação é, segundo disse, para alargar à produção de enchidos, assegurada por “três ou quatro” unidades do concelho.Dos anos 30 aos anos 60 do século XX, Mação manteve uma intensa actividade salsicheira, sobretudo nos três meses de Inverno, fabricando morcelas, farinheiras, chouriços, salpicões e paios de lombo, com grande aceitação entre os consumidores de Lisboa, mas também das antigas colónias, sobretudo Moçambique.Com o aparecimento da energia eléctrica, nos anos 60, os salsicheiros “resistentes” passaram a dedicar-se quase exclusivamente ao presunto, introduzido pela família Matta, cuja unidade começou a laborar em 1907 na freguesia de Envendos, segundo um estudo sobre o sector publicado pela autarquia.Lusa
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