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Dias negros no PS de Tomar

Militantes pedem demissão do líder da concelhia e acusam-no de afundar partido

A pouco mais de seis meses das eleições autárquicas o Partido Socialista de Tomar vive dias conturbados. A concelhia está dividida e alguns militantes exigem a cabeça do presidente.

Na última reunião da comissão política do PS de Tomar, realizada a 1 de Abril, 16 dos 25 elementos presentes apresentaram uma moção de desconfiança à mesa, exigindo a demissão do presidente da concelhia, ao mesmo tempo que dirigiam duras acusações à sua conduta.Perante a agitação provocada pela apresentação da moção, o presidente daquele órgão, Luís Ferreira, optou por interromper de imediato a reunião, agendando a sua continua-ção para o próximo sábado, altura em que será também anunciado o cabeça de lista às eleições autárquicas de Outubro.A posição de Luís Ferreira indignou a maioria dos membros da comissão política presentes por considerarem que este procedimento desrespeita os princípios básicos da democracia.Os 16 membros da comissão política concelhia que subscreveram a moção decidiram, em face da posição assumida, recolher assinaturas, pedindo com urgência uma assembleia geral de militantes.A moção, a acta da reunião interrompida e o abaixo-assinado foram também enviados a várias estruturas do partido, nomeadamente ao secretário geral do PS, Jorge Coelho, e ao presidente da Federação Distrital, Paulo Fonseca.Além dos 16 membros da comissão política, a moção foi também subscrita por um grande número de militantes, entre os quais alguns históricos do partido como António Alexandre e António Costa Marques e também pelos dois vereadores socialistas, Fernando Santos e José Mendes, ao qual Luís Ferreira retirou recentemente a sua confiança política.Na moção é referida a “notória incapacidade de liderança e coerência de rumo” demonstrada por Luís Ferreira no que diz respeito às responsabilidades que lhe foram confiadas pelos militantes. E fala-se em “descalabro, falta de senso comum e completo desnorte” com que, segundo eles, o actual líder tem conduzido todo o processo para as eleições autárquicas deste ano.Uma situação que, segundo os militantes que subscrevem a moção, começa já a entrar no “anedótico” dos tomarenses.Para os subscritores da moção Luís Ferreira tem falta de perfil e qualidades adequadas ao desempenho das funções para que se julgava capaz “e que claramente não revelou ao longo de quase um ano de mandato”. Falhas essas demonstradas “no hipotecar dos interesses do concelho aos seus interesses pessoais”.Os subscritores da moção acusam o presidente da concelhia de se estar a servir do cargo para interesses políticos particulares, ao “trocar um deputado de Tomar pelo seu cargo de adjunto de governador civil” de Santarém, para que foi recentemente nomeado.Na moção de censura um grupo alargado de membros da comissão política concelhia (composta por 32 elementos) e de outros militantes retira a confiança política ao líder concelhio do partido, “o que implica a sua óbvia demissão”, justificando essa exigência pelo respeito que os socialistas do concelho merecem.“A população socialista do concelho exige e merece que o partido demonstre capacidades, trabalho, projecto, serenidade madura, coerência e, acima de tudo, unidade”, para, dizem, estar à altura dos desafios presentes e futuros. E para fazê-los de novo acreditar e confiar no PS de Tomar.Na manhã de segunda-feira, a comissão política convocou uma conferência de imprensa onde pouco ou nada foi adiantado. António Oliveira, porta-voz de Luís Ferreira (ausente) confirmou a apresentação da moção de censura, afirmando que a interrupção, feita à luz do regulamento do partido, foi decidida devido à agitação criada após essa apresentação.A O MIRANTE Luís Ferreira escusou-se a comentar as críticas e acusações que pendem sobre si.

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