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Sucessão e estratégia devem andar de mãos dadas

Seminário na Escola Superior de Gestão de Santarém debateu as empresas familiares
O processo de sucessão nas empresas familiares pode contribuir para o seu relançamento e crescimento, ou estagnação e eliminação. Daí que a estratégia da empresa deva sempre pensar antecipadamente com que produtos, mercados e dirigentes irão contar no futuro. Um tema debatido a 13 de Abril na Escola Superior de Gestão de Santarém (ESGS). Sucessão e estratégia da empresa devem ser combinadas, mas o peso do factor família condiciona a estratégia. Esta foi uma das ideias deixadas pela docente da Universidade da Beira Interior (UBI), Ana Maria Ussman, durante o seminário de Empresas Familiares organizado pela ESGS.Questões como divórcios ou divergências entre familiares podem conduzir aquele tipo de empresas a situações de declínio ou mesmo à sua eliminação. Por isso defende que deve ser estipulado um acordo familiar que preveja todos esses cenários. De acordo com a docente, as empresas familiares seguem estratégias menos arriscadas e, por isso, menos rentáveis. “São os proprietários dos bens familiares e sentem que há que preservá-los. Orientam-se mais para mercados locais, de maior proximidade, onde conhecem a cultura dos clientes, não arriscando tanto na exportação”, explicou.Por isso advogou que deve haver uma complementaridade entre as questões mais emocionais relativas à família e o desafio de uma gestão cuidada e profissional. Havendo empresas que, apesar de já estarem na quarta geração de familiares, continuam rentáveis. Também docente na UBI, Catarina Alves recordou que o objectivo da gestão nas empresas familiares é a continuidade e que a família é a sua principal vantagem competitiva. Ganhando em aspectos como os custos de recrutamento mais baixos.Francisco Fonseca é um de quatro irmãos que está integrado numa empresa, que integra a Associação Portuguesa de Empresas Familiares (APEF). Os Transportes Sardão, de Matosinhos, começaram com o bisavô a fazer transportes com recurso a uma carroça de bois. A actividade foi ganhando corpo e passou a empresa com o avô e, mais tarde, com o pai, que é hoje, director-geral.A quarta geração da família é representada por Francisco Fonseca, que possui uma quota de dez por cento de uma companhia que tem uma frota de 160 camiões e quase 200 funcionários.Em seu entender, questões como o apoio familiar, estabilidade, boa situação financeira da empresa e a integração são trunfos para que as empresas familiares possam chegar às quartas gerações, como acontece com o seu caso.Alexandra Lisboa, da Metalomecânica Vítor Monteiro (Leiria), começou na adolescência a acompanhar a produção da empresa. “Nas férias fazia facturas à mão e até limpava as casas de banho para ganhar algum dinheiro”, recordou. Actualmente colabora em diversas áreas da empresa e, apesar de ser considerada funcionária, tem a perspectiva de vir a assumir a gestão da empresa.A esse propósito, Ana Maria Ussman considera ser uma tendência geral os descendentes de proprietários de empresas seguirem cursos ou áreas de formação que dêem continuidade ao projecto familiar.

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