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O padre dos operários

Quem passa no largo padre Francisco Nunes da Silva, mais conhecido por padre Chiquito, no centro histórico de Santarém, depara-se com o busto do pároco que ficou conhecido pelo seu apoio ao movimento operário na cidade. O padre Francisco Nunes da Silva, que nasceu em 1790 em S. João Evangelista do Alfange, umas das treze freguesias de Santarém à época, era tido como um sacerdote bondoso e grande amigo do operariado. Falecido a 13 de Janeiro de 1869, o padre notabilizou-se pelo seu amor aos humildes. No seu testamento deixou o que possuía aos pobres, contemplando entre outros os oficiais mecânicos de Santarém que, sendo assíduos ao trabalho, fossem carenciados. A criação de um Montepio Artístico, em 1854, o primeiro no distrito, não deixou o padre Chiquito indiferente. Aderiu à organização e acabou por lhe doar avultada quantia. A primeira vez que se comemorou em Santarém o dia do trabalhador (1º de Maio) foi em 1898, onde estava presente a gratidão ao padre. Com uma direcção maioritariamente operária, como mandavam os estatutos, o Montepio estava ligado a outros fenómenos como o crescimento urbano, as construções ferroviárias, a divulgação crescente da imprensa e a maior difusão de ideias. O padre Chiquito conseguiu chegar perto das pessoas e ganhar a sua admiração quando na altura o clero e os sacerdotes eram objecto de desprestígio social. E onde faltava a Igreja e os Estado Liberal, surgia a grande ideia do mutualismo profano e laico, ponto de refúgio e de aspiração das massas operárias que queriam a instituição de programas de protecção, justiça e reforma social.

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