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Futebol Sénior acaba na Chamusca

Futebol Sénior acaba na Chamusca

Falta de apoios na origem da decisão

A Direcção do União Desportiva de Chamusca decidiu acabar com o futebol sénior no clube e já fez chegar a informação à Associação de Futebol de Santarém. A justificação dada pelo presidente da equipa directiva do clube chamusquense, Fernando Milheiro, para este desenlace, inesperado, é a da falta de apoios, quer das entidades oficiais, quer da sociedade civil.

Depois de duas épocas muito boas, em que conseguiu a subida ao primeiro escalão do futebol distrital e depois um excelente oitavo lugar, a melhor classificação de sempre na primeira divisão do distrito de Santarém, o futebol sénior volta a fechar as portas na Chamusca.A notícia surgiu de forma inesperada, numa altura em que já tinham sido contratados os treinadores e alguns jogadores para a equipa que representaria o clube na época de 2005/2006. Mas Fernando Milheiro garante que foi uma decisão tomada de forma consciente porque depois bater às mais diversas portas a pedir apoio todas elas se fecharam. Também num ano em que se vai avançar para a remodelação do Campo Municipal de Chamusca, o fim do futebol sénior deixou as pessoas ligadas ao futebol do distrito perplexas, mas segundo o dirigente não havia outro caminho a seguir. “Não tínhamos dinheiro para avançar com o futebol sénior, reunimos e chegámos à conclusão de que o melhor seria desistir”.Mais do que acusar a sociedade civil, Fernando Milheiro responsabiliza a Câmara Municipal da Chamusca, afirmando que não só olvidou o trabalho efectuado pela direcção do União, como descriminou o clube em relação à outra colectividade desportiva existente na Chamusca.Com a saída do basquetebol da União, o subsídio de 12 mil euros que lhe era atribuído, foi de acordo entre as duas colectividades dividido em partes iguais. Mas segundo Fernando Milheiro, os membros do executivo esqueceram-se de que a União é que arca com todas as despesas feitas no campo de futebol. Enquanto no pavilhão é a câmara que paga 15 euros por hora, evitando despesas para o Chamusca Basket.“Nós ainda temos para receber 1000 euros do subsídio atribuído há dois anos, e 3500 euros do subsídio do ano passado, o basquetebol já recebeu tudo. Nós pedimos um reforço do apoio e foi-nos negado. O basquetebol pediu um reforço e foi-lhes concedido um subsídio extraordinário de 2500 euros, se isto não é tratamento desigual o que é”, pergunta preocupado o presidente da União de Chamusca.Fernando Milheiro acredita mais numa falta de acompanhamento da autarquia da vida daquele que afinal é o maior clube do concelho. “Talvez nós não saibamos mostrar o nosso trabalho, mas ele é conhecido de toda a gente, porque todos os dias em tempo de competições, o campo é inundado de crianças e jovens, das escolas aos juniores, que treinam para representar o clube e o concelho aos fins-de-semana”.“Parece que os responsáveis da câmara se esqueceram por completo que nós existíamos, esquecimento que, chegou ao ponto de durante a Semana da Ascensão, ter mandado grupos de pessoas para todos os restaurantes, menos para aquele que nós explorávamos, foi com tristeza que víamos todos os dias os nossos vizinhos cheios com grupos enviados pela autarquia, e para nós não sobejou uma única migalha”, disse com tristeza o dirigente associativo.Perante este cenário, e depois de uma reunião com o executivo da autarquia, onde lhes foi transmitido que nada havia a fazer, que o subsídio não poderia ser aumentado. “Só nos restou tomar a decisão de acabar com o futebol sénior”, referiu Fernando Milheiro, que, no entanto, garante que o futebol juvenil vai continuar.Também na questão das obras no campo de futebol houve alguns contratempos entre as duas entidades. Segundo Fernando Milheiro para a concretização das obras é preciso contrair um empréstimo bancário para fazer face aos trinta por cento que restam depois do subsídio atribuído e aí a câmara queria que a União hipotecasse a sede para fazer o empréstimo. “Uma situação que recusámos, porque temos em execução um projecto para a revitalização do espaço”.Mas em relação às obras do campo de futebol o problema já foi ultrapassado e o seu início está previsto para o mês de Setembro. Também aí se ouviram algumas vozes a dizer que Fernando Milheiro ia abandonar a direcção da União. “Isso não corresponde à verdade, garanto que até ao final das obras não deixarei a União Desportiva de Chamusca”, garantiu o dirigente.Câmara garante que se houve descriminação foi pela positivaO vereador da Câmara Municipal da Chamusca, Francisco Matias, recusa qualquer responsabilidade da autarquia quanto ao fim do futebol sénior na União. “Tivemos conhecimento da situação e ficámos tristes, mas na situação actual a autarquia não podia fazer mais do que o que tem feito”, garantiu.Francisco Matias recusa qualquer situação de favorecimento em relação a qualquer colectividade, aceita que na questão do pavilhão possa ter havido algum benefício para o basquetebol, mas garante que isso só aconteceu por se tratar de uma situação transitória. “É uma situação nova que já equacionámos, mas todas as colectividades que usaram o espaço tiveram tratamento igual, ninguém pagou pelo uso da instalação”.Quanto aos subsídios atribuídos, Francisco Matias garante que a autarquia continua a apreciar o trabalho de todas as colectividades do concelho, e reconhece que a União é o maior clube do concelho. “Nos subsídios já discutidos e atribuído para este ano, aumentámos o seu valor para 7mil e 800 euros, e para o basquetebol será de 5mil e 200 euros”.“Para além disso e como as obras que vão decorrer no campo de futebol vão obrigar as equipas da União a jogar e treinar em espaços alheios, a câmara já decidiu que vai assumir o pagamento das deslocações e o aluguer dos campos que tiverem que utilizar”, garantiu Francisco Matias.“Lamentamos que o clube fosse obrigado a terminar com o futebol sénior, porque também o concelho fica a perder. Mas não podem culpar a câmara por isso, nós reconhecemos o trabalho dos dirigentes, mas também temos as nossas dificuldades e não podíamos ir mais além”, disse o vereador.
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