Sábado de manhã, 6 de Agosto. Estou no Entroncamento e vou apanhar o comboio das oito e meia da manhã para Santarém. Um Regional. Chego à bilheteira, são oito e vinte. Opto por comprar o bilhete na máquina onde um cartaz me chama “Pssst...Pssst...Aqui é mais rápido!”. Não tenho sorte nenhuma. A máquina já só vende bilhetes para o comboio seguinte. Consulto o relógio da estação para ver se não estou enganado. Confirma-se. São 8 e vinte. Faltam dez minutos para o comboio.Estão duas bilheteiras a funcionar. Numa está a ser tratado um caso mais demorado. Na outra está uma fila de umas dez pessoas. Pergunto a um dos funcionários se sabe porque a máquina não vende bilhetes. Responde que não sabe. O outro a quem perguntarei mais tarde diz-me que deixa de vender bilhetes cinco minutos antes da partida do comboio a que os mesmos se destinam. A informação não corresponde à situação que acabo de passar. Há outras pessoas que chegam e tentam utilizar a máquina, mas acabam por desistir e engrossam a fila da bilheteira que funciona. No canto oposto da sala das bilheteiras já esteve instalada outra máquina de bilhetes que foi retirada. Não consigo perceber qual é a política da empresa mas compreendo que os funcionários que vendem bilhetes não simpatizem muito com as máquinas. Pela minha parte prefiro-as às dezenas de mal dispostos e mal educados vendedores de bilhetes que já encontrei ao longo dos muitos anos que levo de utente dos caminhos de ferros. Felizmente não são todos.Tiro o bilhete na bilheteira em cima da hora e corro para o comboio. Corrida desnecessária. O comboio sai com vinte minutos de atraso. Ligo a máquina digital para ver a fotografia que fiz da máquina de bilhetes e que agora vos envio. Apetece-me alterar a frase publicitária de forma a torná-la verdadeira. Qualquer coisa como: “Pssst...pssst...na CP é mais lento!”.João Nuno Morais