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A água que bebemos

A água que bebemos

Azambuja tem captações próprias a 300 metros de profundidade

A água que chega às torneiras de Azambuja é captada num aquífero a 300 metros de profundidade. Percorre dezenas de condutas, por entre injecções de cloro, até ficar própria para consumo.

De onde vem a água que bebemos? A pergunta é colocada vezes sem conta pelo cidadão comum que abre a torneira para encher um copo de água. Para os munícipes de Azambuja a resposta está ali mesmo ao lado, no Casal Vicente, à beira da Estrada Nacional 3.É no aquífero, um lençol de água que existe abaixo do solo, localizado a 300 metros de profundidade, que é captada a água que dá de beber a cerca de cinco mil habitantes da vila. Os dois furos de Azambuja, situados lado a lado, permitem captar uma média de cerca de 1200 litros de água por minuto.Os furos que há vários anos abasteciam a vila estavam esgotados e há dois anos a autarquia de Azambuja efectuou duas novas captações para dar resposta ao aumento do consumo. “Fizemos uma prospecção geológica e verificámos que em Azambuja havia muita água e de boa qualidade”, garante o presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Joaquim Ramos.A antiga casa de comando, a alguns metros das captações, continua a funcionar, mas está agora a ser gerida pelas Águas do Oeste, depois da autarquia ter delegado na empresa intermunicipal o abastecimento de água em alta.À porta sente-se um forte cheiro a cloro. É a injecção automática desta substância na conduta de água que garante que o líquido segue o percurso da rede sem bactérias.A gestão da autarquia começa no “Reservatório do Humberto” para onde a água é conduzida no interior de condutas subterrâneas. O depósito da água fica situado num dos pontos mais altos da vila com vista para a lezíria. O cenário não é escolhido por acaso. A intenção é permitir a distribuição gravítiva ao maior número de habitantes. As casas que ficam acima da quota do reservatório de água são servidas por Casal Farol, um depósito situado num ponto ainda mais alto da vila. Com o reservatório do Alto da Torre a vila conta com cinco células de armazenamento de água no total.Ao início da tarde uma das funcionárias da Divisão de Infra-estruturas e Saneamento entra no Reservatório Humberto com uma pequena mala azul debaixo do braço. É o sistema portátil que permite verificar a cloragem da água. A funcionária abre uma mangueira no interior do reservatório, recolhe uma amostra de água no tubo de ensaio, aplica um comprimido e prepara-se para interpretar a leitura. O resultado indica que os níveis de cloro estão dentro dos parâmetros normais – 0,8 – e que a água está livre de micro-organismos.Este tipo de análises mais rudimentares são efectuadas pelos funcionários da autarquia de forma aleatória no final da linha, em cafés, fontanários e outros espaços públicos. “Entendemos que é uma boa prática fazer mais análises de controlo porque todos os dias a água chega ao consumidor”, explica a engenheira do ambiente da Divisão de Infraestruturas e Saneamento, Carla Sande.As análises laboratoriais, obrigatórias segundo o Decreto-lei 243/2001 de 5 de Setembro, são efectuadas com regularidade. No âmbito do Programa de Controlo de Qualidade da Água 2005 já foram efectuadas cerca de 100 análises que indicavam que os parâmetros analisados estavam dentro dos valores exigidos.A distribuição da água à população é feita a partir dos reservatórios pelas condutas principais que ramificam pelas ruas. São essas mesmas condutas de fibrocimento, que há várias décadas levam a água até aos consumidores, que estão a ser substituídas na vila.A população de Azambuja e Alcoentre, assim como a de Arrifana que em breve terá abastecimento próprio, bebe água com um sabor diferente do resto do concelho, abastecido pela Epal. A conduta do Alviela, o aqueduto do Tejo e Castelo de Bode abastecem o resto do concelho até Lisboa. A diferença de paladar que se sente, garante Carla Sande, é a mesma que se pode encontrar quando se compra água engarrafada de diferentes regiões. Ana Santiago
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