Como se fossem astronautas
Curso na NASA aproxima alunos vilafranquenses do espaço
Cinco estudantes de Vila Franca de Xira passaram uma semana nas instalações da NASA, no Estados Unidos da América. Executaram tarefas similares às dos astronautas e viveram as emoções de estar no espaço nos simuladores. E fizeram amigos de todo o mundo.
Shuttle, Water Proof, estação orbital e Scuba Diving são alguns dos termos técnicos que fazem agora parte do vocabulário de Rita e Elizabeth. Elas são duas dos cinco alunos da Escola Reynaldo dos Santos, Vila Franca de Xira, que frequentaram um curso de uma semana nas instalações da Agência Espacial Norte-americana (NASA).“Uma experiência única” é como Rita Bento classifica a semana passada no Space Camp, em Hunstsville, Alabama. Para esta aluna “a parte emocional é a mais espectacular”, referindo-se às amizades que se criaram durante este tempo. O forte espírito de equipa que era necessário para o cumprimento das missões atribuídas no decorrer das actividades fez com que os participantes ficassem muito unidos. Também o facto de os cinco alunos terem ficado em equipas separadas contribuiu para o estabelecimento das amizades.Agora os cinco estudantes têm amigos em todos os cantos do mundo: Europa, Estados Unidos, Coreia, entre outros. Elizabeth de Carvalho concorda com a colega adiantando que já fazem planos para se encontrarem todos no próximo ano, talvez na Europa. De 23 a 30 de Julho o tempo da Rita e da Elisabeth, da Ana Filipa Gomes, do Pedro Silva, e de Filipa Silva, os restantes jovens seleccionados, todos alunos do 12º ano, dividiu-se entre missões e palestras que tiveram como objectivo dar ao conhecer aos jovens o universo da exploração espacial. Os simuladores, que se aproximam bastante da realidade dos vaivéns e do espaço, foram uma das grandes atracções para os alunos no Space Camp.Reparar uma das antenas da estação orbital foi uma das tarefas que Rita teve que fazer tendo a oportunidade de caminhar como se estivesse mesmo no espaço. Para Rita o Scuba Diving, mergulho a grande profundidade, foi a actividade mais excitante, uma vez que esta é a “melhor maneira de simular o que se passa lá em cima”, ao mostrar o que acontece quando não é a gravidade a ditar as regras.Nas palestras os alunos tomaram conhecimento da história da exploração espacial, ficaram a saber como funcionam os vaivéns e tiveram lições de química, física, matemática e mecânica. Já no Museu da NASA, os alunos participantes viram de perto objectos que já viajaram pelo espaço, outros que foram criados para tal, mas que nunca chegaram a ir, e que fazem parte da história do maior centro de investigação espacial do mundo e, também, da humanidade.Apaixonada pela química, Rita Bento ficou ainda mais entusiasmada por esta área depois da experiência que viveu nos Estados Unidos. Para Elizabeth esta experiência confirmou o seu desejo de trabalhar no espaço, independentemente da profissão que venha a ter. A aluna da Escola Reynaldo dos Santos fez questão de frisar que o espaço não é só para astronautas, uma vez que tem interesse para tantas outras profissões, como médicos ou geólogos. Tanto os jovens como a professora responsável pela sua presença no Space Camp, Isabel Plantier, apenas lamentam a falta de patrocínios para realizar a viagem e pagar o campo. Grande parte das despesas foram suportadas pelos pais dos alunos, o que levou a que os jovens e a professora pensassem em desistir. Isabel Plantier decidiu arriscar e diz que o fez para poder continuar a ver a “alegria dos alunos” que participam. A professora espera que as pessoas fiquem sensibilizadas com a oportunidade que esta experiência representa para os alunos e que para o ano os apoios sejam mais significativos.A oportunidade de os alunos de Vila Franca poderem todos os anos frequentar o curso da NASA surgiu em 2002 quando a professora foi convidada para ir ao Space Camp mais dois alunos. Na altura Isabel Plantier recebeu uma medalha de mérito pelas actividades realizadas, a primeira vez que um docente não-americano recebeu. Um dos prémios era poder viajar pelos Estados Unidos durante um ano, prémio que a professora trocou pela possibilidade de todos os anos enviar entre 3 a 5 alunos para as instalações da agência. A selecção dos alunos é feita nas turmas a que Isabel Plantier dá aulas, que vão do 9º ao 12º, com base nas notas das disciplinas mais relacionadas com a experiência, como a física, a química e a biologia. Para 2006 já estão assegurados três lugares, sendo que um deles foi posto à disposição da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira para que seja feito um concurso pelas restantes escolas do concelho.Sara Cardoso
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