Diferenças de opinião criam nova associação
Cisão na Associação Distrital de Santarém – Amicale Karaté
Após 25 anos á frente da Associação Distrital de Santarém – Amicale Karaté, Henrique Silva decidiu sair e fundou uma outra associação – UNK Portugal. A saída ficou a dever-se a divergência de opiniões.
Ideias diferentes para resolver os mesmos problemas levaram a que o mestre Henrique Silva, que há 25 anos presidia à direcção da Associação Distrital de Santarém – Amicale Karaté (ADS-AK), abandonasse a direcção e a própria associação. “Problemas pessoais e ideias diferentes, que me deixavam isolado no seio do grupo, levaram a que tomasse a decisão de sair”, disse ao nosso jornal o agora ex-presidente.Na sequência da saída de Henrique Silva da ADS-AK, outros instrutores e directores de centros de instrução de karaté, nomeadamente de Porto de Mós, Mira de Aire, Paço dos Negros e Alpiarça, resolveram tomar o mesmo caminho, e propuseram a Henrique Silva a criação de uma nova associação.Henrique Silva não fugiu ao desafio e, mesmo garantindo que nada o move contra a ADS-AK, e que a sua amizade para com o timoneiro mor do karaté daquela associação, mestre Carlos Dias, não sofre qualquer rombo, aceitou trabalhar para a formação de uma nova associação.Foi assim que nasceu a União Nacional de Karaté-Do (UNK Portugal), que já está formalmente constituída e filiada na WUKO – World Union Of Karaté-Do Organizations, uma organização que reúne no seu seio 80 federações internacionais, e de onde Henrique Silva é 1º vice-presidente e chefe da Comissão de Arbitragem.Para que a nova associação - a UNK Portugal - esteja completamente formalizada falta apenas a sua filiação na Federação Portuguesa de Karaté. “Situação que está já equacionada e o pedido de filiação já foi feito”, garantiu Henrique Silva.O dirigente garante que esta cisão não vem em nada enfraquecer o desenvolvimento do karaté, quer no distrito de Santarém quer ao nível de todo o país, para onde aliás a nova associação quer voltar o seu envolvimento. “O karaté continua a ser uma modalidade em franco desenvolvimento, e a minha saída da ADS-AK e a consequente criação da UNK-DO pode até vir a ser decisiva para uma maior competitividade e assim solidificar ainda mais o karaté na nossa região”, garantiu.Com 50 anos de idade, Henrique Silva é em conjunto com o mestre Carlos Dias, um dos mais conceituados mestres de karaté de Portugal. Começou a praticar a modalidade muito novo. “No colégio e numa altura em que a modalidade era considerada subversiva, eu e alguns amigos autodidactas começámos a praticá-la às escondidas no colégio e algumas vezes fomos perseguidos pela polícia”, recordou a O MIRANTE.Quando depois do 25 de Abril de 1974, começaram a aparecer em Portugal os primeiros centros autorizados de ensino do karaté, Carlos Dias e Henrique Silva foram pioneiros em Santarém. “Montámos o primeiro centro, formámos muitos jovens, e fundámos a ADS-AK, e para além disso mantivemos sempre uma forte amizade, que não foi abalada por esta cisão”, garantiu Henrique Silva.Durante 25 anos Henrique Silva foi presidente da ADS-AK, por isso é um profundo conhecedor do karaté no distrito de Santarém, que garante ser de qualidade. “Ainda muito recentemente, em Julho, integrado na Selecção Nacional que participou no V Campeonato do Mundo que se disputou no Brasil, dois atletas do distrito de Santarém, trouxeram medalhas de bronze”. A vontade de trabalhar e de colocar as suas ideias em acção é enorme, e por isso Henrique Silva e os seus pares querem desenvolver a modalidade, estando já previstas a criação de dois novos centros. “Queremos fazer da UNK-DO uma grande associação a nível nacional. Temos no nosso seio pessoas capazes de avançar e por isso estamos abertos à entrada de novos centros, que podem fazer a sua inscrição entrando em contacto comigo ou com os instrutores dos centros de Alpiarça, Mira de Aire, Paço dos Negros ou Porto de Mós”, concluiu.
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