Noite e dia a transformar tomate
Fábrica Sugal, em Azambuja, produz concentrado para a restauração
Durante o Verão os tractores carregados de tomate estão constantemente a chegar à Sugal. A cada hora que passa são transformadas 120 toneladas em concentrado. Trabalha-se noite e dia para dar garantir o menor tempo de espera entre a colheita e a laboração.Agosto. Época da campanha do tomate no Ribatejo. Nas estradas de campo, desde Almeirim até Vila Franca de Xira, tractores carregados com tomate confluem para a Estrada Nacional 3. Caminham lentamente na direcção da Sugal, a fábrica de transformação de tomate de Azambuja.À porta da Sugal concentram-se dezenas de veículos. Apinhados de tomate, que é colhido por máquinas nos campos da lezíria. Nos dias de maior movimento chegam a estar estacionados 150 tractores junto à unidade. Alguns com capacidade para 24 toneladas.Desde 25 de Julho e até meados de Setembro que a fábrica não pára. A laboração contínua é necessária para permitir a transformação de 120 toneladas de tomate por hora. A capacidade de laboração diária da fábrica, que garante o menor tempo de espera entre a colheita e a laboração, atinge as 3.500 toneladas.Um tractor acaba de entrar na unidade para ser pesado. A identificação do produtor é dada ao funcionário através de um código. A mesma regra aplica-se aos restantes 89 produtores da lezíria que abastecem a fábrica. A cada seareiro é atribuída uma quantidade diária de tomate que pode chegar de madrugada, à tarde ou à noite.O tractor arranca da plataforma de pesagem e dirige-se à estação de classificação. O objectivo é retirar uma amostra para aferir a qualidade do produto. Segue-se a descarga e uma primeira lavagem. Depois o produto segue por um canal automático até ao interior da fábrica.Em poucos segundos os tomates chegam à linha de escolha sobre um tapete rolante. Quatro operárias, uma de cada lado da estrutura metalizada, garantem que não passam folhas ou pedúnculos para o circuito de produção. Durante as várias fases é feito o controle da qualidade no laboratório da empresa. Desde o momento em que o tomate chega à fábrica, ainda fresco, até à fase final.No interior da unidade o cheiro a tomate cozido acentua-se, assim como o barulho das máquinas. É preciso usar tampões para proteger os ouvidos. O tomate percorre os tubos metalizados onde é pré-aquecido e triturado e segue para zona de refinação. É nesta fase que, por meio de um processo automático, as peles e as sementes do tomate são retiradas. Só fica o sumo que cai nos grandes tanques de metal.O sumo de tomate passa depois para os recipientes no exterior da fábrica, uma espécie de panelas gigantes de pressão. A água é evaporada, o sumo torna-se espesso e transforma-se em concentrado de tomate puro. O produto final, sem adição de corantes ou conservantes, é embalado em sacos de 20 quilos, latas de cinco quilos ou bidons de 230 quilos e com diversos tipos de concentração.Apenas dois por cento do concentrado da Sugal fica em Portugal para ser transformado em ketchup. O grosso da produção é exportado para empresas alimentares e de restauração. O produto é normalmente levado até ao porto de embarque pela Sugal. Os contentores são depois levantados pelos clientes no Japão e Norte da Europa. É lá que o concentrado de tomate do Ribatejo é utilizado na produção de sumos, conservas e ketchup. Mas também nos molhos para as tradicionais pastas italianasAna Santiago
Mais Notícias
A carregar...