É em frente ao teclado e ao ecrã do computador que Tiago Félix, 26 anos, passa a maior parte do seu tempo. A partir do seu posto de trabalho o engenheiro de sistemas da Câmara Municipal de Azambuja ajuda a garantir a funcionalidade do sistema informático de toda a autarquia.“Podes ver o que se passa com o computador da Susana Jerónimo? Não consegue mandar e-mails”, pede Tiago Félix a um dos elementos do gabinete de informática da autarquia, enquanto roda sobre a cadeira de trabalho.O apoio aos cerca de 180 utilizadores da rede interna da Câmara Municipal de Azambuja é um dos trabalhos mais requisitados ao especialista em informática. As falhas no sistema de rede e as dúvidas sobre a utilização dos programas específicos de cada departamento são normalmente os problemas mais comuns. “Acabamos por ter que dar formação sobre algumas das aplicações”, ilustra.A manutenção do servidor é outra das tarefas do engenheiro de sistemas. O técnico é um dos elementos da equipa de três pessoas, orientadas por um coordenador, que faz a gestão dos utilizadores. A autarquia trabalha em rede interna, mas nem todos os departamentos e secções estão ligados entre si. É uma forma de garantir a confidencialidade dos assuntos que estão a ser tratados. Para a troca de ficheiros entre departamentos existe uma área de partilha geral que é comum a todos os utilizadores.As cópias de segurança para garantir que o trabalho de um dia da Câmara Municipal de Azambuja fica guardado já faz parte do ritual diário do técnico. “Com todos os vírus e pirataria informática que existe todo o cuidado é pouco”, garante.Todos os dias o antivírus do sistema é actualizado. Todos os dias surgem novas formas de “ataque informático”. Uma das missões de Tiago Félix é garantir que os vírus não entram. A informação da autarquia está protegida por um sistema “Firewall” que impede que possíveis intrusos tentem aceder aos dados da câmara municipal. Foi o que aconteceu há cerca de dois meses. Alguém tentou entrar repetidamente no sistema da autarquia entre as 2h00 da manhã e das 7h30, mas os códigos de acesso não permitiram a intrusão. “A partir do momento em que existe um sistema ligado à internet tudo é possível”, garante o especialista.Tiago Félix gosta do que faz e não acha aborrecido passar o dia frente ao ecrã. O gabinete chegou a dar apoio técnico aos espaços internet das juntas de freguesia e escolas do concelho e era esse trabalho que não agradava muito ao engenheiro de sistemas. O tempo que perdia nas viagens entre as nove freguesias do concelho tirava-lhe disponibilidade para cumprir o serviço no gabinete. O engenheiro de sistemas cumpre o horário de expediente da função pública, das 9h00 às 17h30, mas às vezes é preciso ficar mais alguns minutos para efectuar a manutenção do sistema fora do horário de trabalho.Reside em Azambuja, está a cinco minutos do trabalho, vai almoçar a casa e por isso, garante, tem uma qualidade de vida muito melhor do que colegas de profissão que trabalham em Lisboa. Tiago Félix trabalha na autarquia desde Junho de 2003. Foi na mesma altura em que terminou a licenciatura em Engenharia Electrotécnica e de Computadores – Ramo de Sistemas Electrónicos e de Computadores no Instituto Superior Técnico. Entrou para o curso com média de 15 valores. “O mais difícil não é entrar, o mais difícil é conseguir sair”, garante o engenheiro.A informática sempre fez parte da sua vida. O pai trabalhava na Tudor e Tiago Félix costumava acompanhá-lo no trabalho, onde tinha acesso à parte electrónica dos computadores. Enquanto estudou trabalhou também na linha de apoio técnico da Octal – Engenharia e Sistemas. Foi o primeiro passo para a saída para o mercado de trabalho, que há alguns anos, garante Tiago Félix, oferecia mais oportunidades aos especialistas em informática.Ana Santiago