Mário Aníbal ainda não acabou
José Dias, como treinador, esteve por detrás dos êxitos do atleta chamusquense Mário Aníbal, que ao serviço do Sport Lisboa e Benfica e da Selecção Nacional de Atletismo, se tornou no melhor decatlonista português de sempre e chegou a integrar o top ten a nível mundial, mas que nos últimos tempos desapareceu dos palcos do atletismo nacional e internacional.“O Mário Aníbal teve um problema grave de saúde, teve que se sujeitar a uma operação complicada numa das pernas, na altura já tinha 30 anos e daí ficaram algumas mazelas, esteve dois anos parado e perdeu algumas das regalias que tinha. Saiu da preparação olímpica, baixou de categoria em termos de alta competição, o subsídio do Benfica também já não era o mesmo, e ele teve que fazer outras opções de vida, não deixou ainda o atletismo por completo, mas já não o pratica como o fazia até aqui”, elucidou José Dias.“A situação de Mário Aníbal é comum a muitos outros atletas, quando estão no topo toda a gente ajuda, quando estão por baixo já não é bem assim, e embora não tenha deixado de ser apoiado pela Federação e pelo Benfica, teve que optar pela sua vida profissional e pela família, e hoje tem um ginásio em Alverca, que tem tido muito êxito”, garantiu o treinador.Contudo, o atleta ainda não terminou a sua carreira, está numa fase de apoiar o Benfica que tem uma equipa muito jovem, e Mário Aníbal vai emprestando a sua experiência no seu acompanhamento e nos campeonatos vai ajudando fazendo o salto com vara. “É uma forma de ajudar quem o ajudou a ele. Mas é uma pena que tenha acabado a carreira com 31 anos, de uma forma brusca, quando estava numa fase em que era um dos melhores decatlonistas do mundo, ainda em 2001 tinha ficado no 10 lugar do ranking da Federação Internacional de Atletismo”, disse com alguma tristeza o treinador.José Dias vai mais longe e diz com convicção que Mário Aníbal foi um grande atleta, mas que nunca teve sorte a nível internacional. “Nas provas internacionais há sempre meia dúzia de atletas muito bons a competir, e um deles era o Mário, todos têm dias menos bons ou desistem, nas grandes provas em que esteve presente, e conseguiu lugares de relevo, nunca teve a sorte de entre os melhores haver um ou outro que desistisse”.Como decatlonista a carreira de Mário Aníbal acabou, vai continuar ligado ao atletismo, para ajudar os jovens do Benfica, tem o curso mais alto de monitor de atletismo, tem uma promessa da Federação de que quando for construída a pista coberta em Lisboa vai ser um dos técnicos residentes, até lá vai lutando pela vida no seu ginásio em Alverca.
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