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“Perdeu-se em quantidade ganhou-se em qualidade”

José Dias, director técnico da Associação de Atletismo de Santarém

José Dias é director técnico da Associação de Atletismo de Santarém e treinador oficial de provas combinadas da Federação Portuguesa de Atletismo. Aceitou fazer para O MIRANTE, uma análise do atletismo no distrito, que na sua opinião está bem e recomenda-se.

Para o director técnico da Associação de Atletismo de Santarém, José Dias, o atletismo no distrito está bem e recomenda-se. “Embora tenha reduzido drasticamente o número de atletas filiados, passou dos 700 para um pouco mais de 400, foi uma descida brutal, mas, curiosamente, subiu o valor em termos de qualidade, o que nos deixou bastante satisfeitos”, garantiu o técnico.A Associação de Santarém continua a ser no sector jovem uma referência a nível nacional. Segundo José Dias, nos juvenis iniciados e juniores, Santarém bate-se de igual para igual com qualquer das associações mais fortes do país. “No triatlo técnico, disputado em Braga, fomos os vencedores, no atleta completo, que se realizou em Leiria, fomos terceiros só no Olímpico Jovem, as coisas correram menos bem devido ao facto de uma das jovens saltadoras que lutava pela vitória não conseguir fazer um único salto válido. Isso fez com que ficássemos em oitavo lugar”, referiu.“É bom que se refira que qualquer das provas de que falámos são as maiores organizadas pela Federação Portuguesa de Atletismo e isso revela o bom trabalho que se faz no distrito de Santarém nas camadas jovens”, afirmou José Dias. Camadas jovens que venceram ainda torneios em que participavam as Associações de Lisboa, Setúbal, Porto e Madeira.Em relação aos seniores, José Dias, disse logo à partida que nas associações distritais é muito difícil formar equipas seniores, orque é muito dispendioso e existe também o problema dos estudos. “Quando chegam à categoria de juniores os jovens vão para as universidades e afastam-se das suas terras, deixam o atletismo ou juntam-se a equipas da zona onde são colocados, daí a dificuldade em termos equipas dessa categoria”.Mas isso não invalida que na categoria de seniores existam no distrito de Santarém atletas da melhor categoria nacional. “E mesmo assim tivemos, este ano, duas equipas a disputar o Campeonato Nacional de Clubes da Terceira Divisão, que foram a Casa do Povo de Alcanena e o Benavente”, disse José Dias.Por outro lado, a nível individual somos muito fortes, e não é raro haver atletas a representar clubes do distrito a serem campeões nacionais e até a vencerem medalhas em provas internacionais. Como foi caso da Susana Feitor, do Clube de Natação de Rio Maior, que foi medalha de Bronze no Campeonato do Mundo de Atletismo. “Em Rio Maior trabalha-se bem e o clube está presente em várias provas, com atletas de grande nível como são a Inês Henriques, o João Vieira e outros”, referiu José Dias.Mas também se trabalha bem em Ferreira do Zêzere, Torres Novas, Benavente, Fátima, Almeirim e Abrantes. “Os resultados individuais têm aparecido, mesmo em locais onde as condições não são as melhores. Veja-se o caso da Dina Malheiro, de Ferreira do Zêzere, que foi a grande revelação, Foi campeã nacional absoluta nos 10 mil metros, bateu o recorde nacional de sub-23 nos três mil metros obstáculos, foi ao Campeonato da Europa de Sub-23 onde teve um excelente comportamento. Também de Ferreira do Zêzere, a Catarina Godinho teve um bom comportamento no Mundial de Juvenis, são resultados destes que vão mostrando que mostram o bom trabalho que se faz no interior do distrito”, garantiu o director técnico.Mas é justo que se destaque também as prestações de Tiago Marto, nas provas combinadas, que já esteve também no Campeonato da Europa, o João Lopes, do Rio Maior, que também foi internacional. “São jovens que continuam a representar clubes do distrito, porque temos outros que fizeram a sua formação aqui e agora representam outros clubes com êxito, como é o caso do Rui Silva, Ricardo Alves e Carlos Calado”, referiu José Dias.Burocracia leva a menor filiaçãoPara esta melhoria de qualidade, segundo José Dias, têm importância as excelentes condições para a prática da modalidade existentes no distrito. “Temos actualmente pistas sintéticas, em Rio Maior, Abrantes, Benavente, Fátima e, embora mais pequena, em Alcanena. Temos também a Pista Coberta de Alpiarça, e isso reflectiu-se na melhoria individual dos atletas”.A questão da diminuição do número de atletas filiados deve-se, segundo o director técnico, ao facto de haver muita burocracia e muita papelada para preencher. “Isso leva a que os clubes só inscrevam os mais capazes. Por outro lado também vão desaparecendo alguns carolas que faziam gerar as coisas, e os jovens de hoje têm muitas outras coisas para fazer, e não estão dispostos a fazer sacrifícios muito necessários no caso do atletismo”.José Dias aceita que a proliferação de provas no distrito, mesmo em localidades onde não há núcleos em acção, é salutar e a Associação está sempre disposta a ajudar e a participar. “Só lutamos é para que nessas terras isso sirva para criar equipas de atletismo, queremos chegar pelo menos ao meio milhar de filiados, o número ideal para as possibilidades da Associação”.

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