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“Quietinho no meu canto”

O que fazer quando um grupo de jovens negros entra num comboio, na estação de Vila Franca de Xira, grita para o interior: “Não se assustem que isto não é um arrastão” e começa a fumar haxixe com a maior calma?E se quem segue no comboio tiver visto horas antes o mesmo grupo ser perseguido sem sucesso pelos seguranças do Centro Comercial Vasco da Gama depois de um furto numa loja?Eu fiquei quietinho no meu canto a tossir por causa da fumarada e a admirar aqueles anéis, colares e brincos de ouro com que eles vinham adornados. E as roupas de marca. E os telemóveis última geração. Os rapazes saíram na Azambuja e lá segui viagem até Santarém a reflectir sobre aquela coisa dos carros incendiados em França. Da senhora deficiente queimada com gasolina. Do ex-trabalhador da Renault Alpine que ficou em coma depois de ser agredido na cabeça e que acabaria por morrer. Temos muita sorte em Portugal. Se calhar a nossa política de integração é melhor que a dos franceses, sei lá. Já nem digo nada. A minha única preocupação agora é que esta carta não seja lida por alguém que me venha chamar racista e xenófobo. Isso eu não sou, juro. Eu até estava disposto a entregar a minha carteira se eles a tivessem pedido.João Horta

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