Acabou-se o filme
Depois do Cine Paraíso agora é o Cine Templário a fechar as portas em Tomar
Tomar vai ficar sem uma única sala de cinema. A Medeia Filmes, que explora o CineTemplários rescindiu o contrato de concessão, não passando mais películas a partir de 30 deste mês.
Primeiro foi o Cine-Teatro Paraíso, que há meio ano deixou de funcionar como cinema. Agora é a Medeia Filmes que desiste da exploração do Cine Templários, sala de cinema instalada no Centro Comercial Templários. A partir do final deste mês, os cinéfilos de Tomar vão ter de deslocar-se a cidades vizinhas para acompanhar as novidades da sétima arte.Armando Aguda, administrador e concessionário do Cine Templários, recebeu a carta de rescisão da Medeia Filmes a 13 de Outubro, um mês e meio antes de terminar o contrato. E não ficou surpreendido. “Se eles não fechassem, fechava-a eu”, referiu a O MIRANTE, apontando duas razões para esta decisão.A primeira, e mais importante, é a falta de condições da sala de cinema. Armando Aguda, que administra o Cine Templários e cedeu a exploração à Medeia Filmes em 1991, refere que em termos de segurança a sala funciona de forma irregular. “Não ilegal, mas irregular”.Isto porque não foram feitas todas as alterações previstas no decreto-lei de 1996, emanado da Direcção Geral de Espectáculos. “Na altura fomos obrigados a fazer obras de adaptação na sala mas a lei foi tendo alterações que não foram postas em prática”.Nomeadamente no que respeita ao sistema de segurança, que Armando Aguda admite não estar actualizado. “De acordo com a legislação, o Cine Templários deveria ter um projecto de segurança autónomo do Centro Comercial, o que não acontece”, explica.Lojas sem licençaAliás, só agora os 212 proprietários de espaços dentro do centro comercial vão ter licença de utilização das suas fracções, apesar de o centro já estar construído e a funcionar há décadas. Armando Aguda justifica a situação pelas morosidades administrativas do processo de licenciamento. “Em Tomar não é só o centro que está nesta situação, são inúmeros estabelecimentos”, salienta.A última vistoria feita ao centro apontou não só para a falta de segurança do cinema mas também para a necessidade de instalação de um sistema de ventilação no estacionamento subterrâneo. Só depois de salvaguardada a situação é que as lojas terão licença de funcionamento. Tudo o resto está, desde 2002, conforme a legislação em vigor para este tipo de espaços.A falta de rentabilidade da sala é outro dado apontado por Armando Aguda para a rescisão do contrato. “A sala tem 427 lugares e passa a vida vazia”, diz quem durante uma década explorou directamente o espaço.O MIRANTE contactou a Medeia Filmes mas não foi possível obter qualquer esclarecimento em virtude de o responsável da empresa se encontrar nos Estados Unidos.Armando Aguda não sabe que futuro irá ter a sala de cinema. Ao nosso jornal referiu que terá de reunir-se com a Caixa Geral de Depósitos, proprietária do cinema, para saber que fim é que a instituição quer dar ao espaço.Uma coisa é certa, a partir de 30 deste mês o Cine Templários não passará mais filmes e Tomar deixará de ter qualquer sala de cinema. Margarida Cabeleira
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