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Pasmado Manuel Serra D’Aire

Pasmado Manuel Serra D’Aire

Achei oportuno zurzires no silêncio da Organização Mundial de Saúde nesta época do ano. E gostei de ver mencionado que não é só essa entidade que nos abandona indefesos ao ataque das calorias dos fritos, do peru, dos chocolates e de sei lá mais o quê.Onde pára por exemplo o professor Fernando Pádua, o homem que nos cuida do coração? Provavelmente a empaturrar-se de guloseimas. E por onde andam o primeiro-ministro e o ministro das Finanças que não se cansam de nos melgar com a história da contenção e da crise? Certamente a estourarem o subsídio de Natal, que a gente lhes paga, nos centros comerciais. Nesta época do ano ficamos cá nós de plantão, a BT e pouco mais. É uma tristeza mas é verdade. Nesta época nem os sindicatos marcam greves, vê lá tu! E até os jogadores de futebol têm férias. Eles que passam o ano todo a jogar à bola…O nascimento de Jesus, ou a chegada do pai Natal, conforme as preferências ou as crenças, tornaram-se acontecimentos altamente perniciosos para a economia ocidental e negócios altamente rentáveis para as lojas de chineses e afins. Por ironia do destino, os chineses, que não são grandes fãs nem de Cristo nem do Pai Natal nem do Alberto João Jardim, são dos principais beneficiados com esta quadra - a par dos artistas que só sabemos que existem porque aparecem nos natais dos hospitais. Sem esquecer os restaurantes. Eu, por exemplo, já vou em três jantares de Natal e dois almoços, já para não falar da meia dúzia de festas para os putos – da escola, do escutismo, da natação, do futebol e por aí fora - em que tive de alinhar. E escrevo-te antes da Consoada. Como deves imaginar, estou com uma pança maior que a do Pai Natal e com umas bochechas comparáveis à do Mário Soares.Mudando de flanco. Pantagruélico Manuel Serra d’Aire ouvi dizer que algumas associações de estudantes de escolas do Politécnico de Santarém tinham emitido um comunicado a solidarizarem-se com os colegas da Escola Agrária que vão ser julgados por alegada prática de praxes violentas.Não sei se ria se chore, isto partindo do princípio que é verdade. Mas não deixa de ser ternurenta esta atitude solidária e imbuída de espírito natalício. Quanto a mim só faltou uma coisa: para que a solidariedade fosse completa deviam ter colocado as cabecinhas no cepo, para que os arguidos as esfregassem com bosta de vaca e de porco até ficarem consoladinhos, coitados. Isso é que era solidariedade elevada ao infinito!!! Depois desta breve passagem por um dos meus temas preferidos parto para outra das minhas musas inspiradoras. Nem mais nem menos do que o imarcescível e inenarrável Herculano Gonçalves, líder demissionário do CDS de Santarém, que conseguiu “matar” um militante que afinal estava vivinho da silva. Meu caro, a isto se chama marketing. Quem é que ia ligar às eleições do CDS de Santarém se não houvesse acção e suspense quanto baste? Alguém vê telenovelas ou filmes sem crimes, sexo, adultério, intriga? Claro que não! Aliás, se não fosse assim o 70x7 ou o boletim meteorológico é que eram líderes de audiências.E se é verdade que alguns desses condimentos mais picantes não assentam bem no CDS, por ser um partido de gente temente a Deus, só resta recorrer-se a um homicídio, ainda que alegórico, para garantir alguma audiência. Foi uma jogada genial do nosso amigo Herculano: não só matou o militante - que ainda por cima era candidato da lista opositora -, como manteve o discurso mesmo sabendo que afinal o homem estava vivo. A isso se chama coerência. Um atributo só alcance dos grandes políticos.E com esta me vou. Votos de um óptimo 2006 do Serafim das Neves
Pasmado Manuel Serra D’Aire

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