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Faenas de Outono II

“Faena suicida” para o anterior Executivo da Câmara Municipal de Santarém que, a serem verdade os números apresentados, conseguiu em quatros anos duplicar o passivo do Município. Transformou assim uma Câmara considerada, à altura, pelo respectivo presidente como “falida”, numa Câmara, dir-se-á... duplamente falida!

Ora cá estamos de novo, para mostrar que não é apenas a campanha presidencial que merece ser agraciada com tão altas distinções. A nossa so-ciedade civil (política e não só), é também ela especialmente merecedora. Como aliás se comprova pela amostra junta:“Faena eclesiástica” para Manuel Guedes Polidoro, viúvo, ordenado sacerdote aos 80 anos, depois de 53 de feliz e profícuo casamento. A morte da esposa, permitiu ao até aí industrial e pai de família, responder finalmente à chamada da Virgem Maria (de quem é particularmente devoto) o que, convenhamos, até essa altura, não ficaria lá muito bem!Aleluia! Acho que a igreja devia pôr os olhos neste exemplo! Primeiro o ”amai-vos e multiplicai-vos”, depois o sacerdócio. De facto, é bem mais fácil ser celibatário quando se é já maduro, sem necessidade de travar uma luta com a “carne fraca” do nosso contentamento! Sem necessidade de andar a piscar o olho ao sexo oposto e, principalmente, ao sexo... exposto.E já agora uma “faena machista” para a Igreja Católica, por continuar sem permitir que também as mulheres ascendam ao sacerdócio. Principalmente em situações deste tipo; viúvas e matronas já respeitáveis!Tá bem! Eu conheço a “história da maçã”! E também sei que, “viúva rica, com um olho chora, com o outro repenica!” Mas podia-se, sei lá, permitir o sacerdócio apenas às viúvas pobres com mais de setenta anos, por exemplo! Convenhamos que não é pedir muito! Afinal, (como ilustra a parábola do “camelo e da agulha”), os ricos dificilmente poderão entrar no paraíso! E não é lá muito simpático andarmos a ordenar sacerdotisas que, depois, não possam entrar no reino dos céus! Já basta o que basta!“Faena do paradoxo” para as associações de invisuais que vêm reivindicando a instalação de equipamentos para invisuais nas estações ferroviárias do Entroncamento e de Vila Franca de Xira.Equipamentos para quê, poder-se-á perguntar? Afinal isso não lhes vai permitir “ver passar os comboios”, única opção que cada vez mais nos resta, sejamos nós dotados de visão, ou não! E já que falamos de ferrovias, “faena deplorável” para a C P, na decisão de anular as paragens dos Comboios Alfas em Santarém e Entroncamento, contribuindo assim, ainda mais, para o isolamento do interior de um país cada vez mais deserto e abandonado.Não sei mesmo porque é que isto já não me surpreende. Provavelmente porque, “neste mundo cão”, já me surpreendi vezes que cheguem. Afinal, quando nasci, fiquei de tal maneira surpreendido, que estive para aí um ano e meio sem conseguir falar!“Faena suicida” para o anterior Executivo da Câmara Municipal de Santarém que, a serem verdade os números apresentados, conseguiu em quatros anos duplicar o passivo do Município. Transformou assim uma Câmara considerada, à altura, pelo respectivo presidente como “falida”, numa Câmara, dir-se-á... duplamente falida!Lá diz o povo, na sua milenar sabedoria; a diferença maior entre competência e incompetência é que a competência, afinal de contas, tem limites.Finalmente, “faena macabra” para a eleição da Comissão Distrital do Partido Popular, cuja votação foi suspensa na mesa de Santarém depois de um rebuliço dos antigos e de acusações várias, entre as quais a de que uma das listas integrava, até, um militante já falecido!Devo dizer, aliás, que tal questão não me parece razão suficiente para suspender a dita votação. Primeiro porque, se faleceu, não foi concerteza por sua culpa! Não fica bem, portanto, por coisa tão pouca, negar-lhe os seus mais básicos direitos políticos! E depois, porque ... em rigor, ninguém pode garantir que não vá ressuscitar!Já aconteceu, n’é?!!É a sociedade civil no seu melhor, é o que é! A surpreender-nos, mais uma vez! E, como estamos em quadra natalícia, a presentear-nos com opiniões, atitudes, actos e omissões, que nos alegram e fazem rejubilar com a insanidade universal. No fundo, “de génios e de loucos, todos temos um pouco”! A repartição é que, pelos vistos, não foi muito equitativa!

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