Entroncamento aprova orçamento de contenção
Oposição na assembleia municipal diz que o documento tem uma estratégia “oculta”
A maioria social-democrata aprovou um orçamento dito de contenção, mas a oposição criticou algumas previsões que considerou “irreais”.
O Orçamento e as Grandes Opções do Plano do município do Entroncamento para 2006 foram aprovados por maioria na assembleia municipal realizada dia 21. A oposição criticou “estratégias ocultas” e excessiva dependência das receitas da hipotética venda de terrenos camarários.Para o PSD, partido que governa a Câmara do Entroncamento, os cerca de 20 milhões de euros orçamentados para o próximo ano são fruto de um “orçamento de contenção”. A CDU diz que é um orçamento feito para pagar contas do passado e o PS apelida-o de “fachada”. O Bloco de Esquerda acusa o executivo de apresentar um documento “com uma estratégia oculta”. Apesar dos mimos, o orçamento acabou por ser aprovado pela maioria, com cinco abstenções do PS e quatro votos contra do BE e da CDU.A maior crítica da oposição foi para a rubrica da venda de bens de investimento, que tem a grande fatia das chamadas receitas de capital. “É irrealista a câmara pensar que vai conseguir realizar esta verba”, disse o líder da bancada do PS referindo-se aos 7,7 milhões de euros inscritos, que representam bem mais de metade do total das receitas de capital previstas para o próximo ano (11,315 milhões de euros).Também a CDU se referiu ao “irrealismo” da verba prevista, com o eleito António Ferreira a salientar que o orçamento apresentado pela maioria social-democrata não é mais que um orçamento para “pagar contas do passado”.“Nota-se a ausência de políticas públicas para o aumento da qualidade de vida da população. Não há uma verdadeira preocupação social e foram mais uma vez adiados vários projectos, nomeadamente a requalificação do Cine-Teatro de São João”, disse.O Bloco de Esquerda afinou pelo mesmo diapasão, referindo que a Casa da Juventude, por exemplo, “continua a ser uma promessa adiada, apesar de ter sido utilizada como bandeira eleitoral na última campanha”. “Como é que não há dinheiro para projectos comprovadamente necessários e se disponibilizam 910 mil euros para a criação de uma escola de trânsito?”, questionou Luís Grácio.Que salientou a “estratégia oculta” do documento, “sendo preciso saber ler nas entrelinhas”. “Só assim se explica que não haja verbas significativas para investimentos na área do saneamento, apesar da câmara dizer que irá solucionar a breve prazo essa questão”, referiu o representante do BE, acrescentando que isso prova que o executivo quer mesmo avançar para a entrega da gestão da água e saneamento à empresa Águas do Centro.
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